Capitania Siará Grande é um blog destinado à divulgação de fatos pitorescos da história do Ceará.
ማክሰኞ 17 ሜይ 2022
SEMANA NACIONAL DOS MUSEUS - 20a. EDIÇÃO
ሐሙስ 12 ሜይ 2022
13 de MAIO Alguns Antecedentes
Hoje, 13 de Maio, quando se comemora a abolição dos escravos de imediato vem a mente dos brasileiros a fulgurante imagem da Princesa Isabel, mais que justamente laureada com título de A Princesa Redentora.
ማክሰኞ 12 ኤፕሪል 2022
ANIVERSÁRIO DE FORTALEZA 296 anos
እሑድ 10 ኤፕሪል 2022
ARACATI COMEMORA DIA DE FUNDAÇAO.
Uma História de muitos fatos importantes ligados à economia
da Capitania do Ceará Grande. A Indústria e o Comércio do charque foi o que
propiciou a instalação da vila. O progresso veio rápido, os mercados
consumidores de Pernambuco e Bahia eram crescentes. Registros históricos
apontam negociantes de Aracati sócios de firmas inglesas.
O crescimento econômico acarretou o crescimento populacional
e adiantamento cultural de sua elite, esse movimento repercutiu na arquitetura
de seus casarões, igrejas e demais edifícios públicos que facilmente
ainda hoje identificamos em seu centro histórico, antigas referências de importante
valor arquitetônico do final do século XVIII e princípios do século XIX.
Foi uma prolongada estiagem (1790 – 1794) que minou a
indústria da carne seca. Após esse período a cultura do algodão deu uma
sobrevida e impulsionou o crescimento da vila.
O viajante inglês Henry Koster visitou a Aracati em 1811 e de
seus detalhados diários depreende-se que o que mais lhe chamou atenção foi à
boa acolhida e a predominância de edificações com dois pavimentos. Com relação à
mobília nada mencionou, apenas que dormira em uma rede.
Esteve Koster visitando o sobrado do comerciante José Fidelis
Barroso associado à Firma Dourado de Londres. Entre seus negócios explorava salinas,
era exportador e importador. Na descrição de Gustavo Barroso bisneto do Coronel
Fidelis, cita,
“o vasto sobrado de azulejos ainda hoje existe na rua principal, atualmente propriedade da família Costa Lima”.
Segundo João Brígido conservou-se Aracati até 1850 como a
primeira praça de comércio e mais opulento povoado da província. Após sobreveio
um período longo de decadência e esquecimento. A reboque veio a mutilação e
destruição de parte do seu patrimônio material.
Aqui cito o desaparecimento da importante edificação da Casa
da Alfândega de Aracati obra de 1800, edificação construída para atender a
estrutura de arrecadação do imposto do algodão que saia do porto local. Abandonado
pelo poder publico, arruinado, desapareceu por completo em 1911 para dar lugar
a uma pequena praça.
Outra perca foi o sobrado das Corujas, cujos detalhes foram
sublinhados pelo Professor José Liberal de Castro,
“basta citar o antigo sobrado dito das Corujas, abandonado e impiedosamente demolido na década de 40. Desse conjunto, o mais impressionante do Estado, nem mesmo o portão nobre, de padieira barroca, no muro lateral, foi poupado da destruição” (op. Cit.).
Importante perca foi a demolição do Solar das Correias
situado na Rua Santos Dumont, 1208, muito repercutiu. O Jornal O POVO na edição
de 7 de novembro de 1980 denunciou a demolição.
Também ressaltou sua importância o Professor José Liberal de
Castro,
“Era um inconfundível exemplar de arquitetura oitocentista, de aspecto neoclássico. Mantinha fachada de azulejos importados de Portugal e portões laterais para a entrada de carruagens, aquela, criminosamente destruída na madrugada do dia 1* de novembro de 1980”.
No momento a sociedade aracatiense aguarda a restauração do solar dos Zaranza localizado na Avenida Coronel Alexanzito, 353 que fora desapropriado em 2018 através de Decreto-Lei n* 3.365 onde declara ser o imóvel de utilidade pública.
Relatos da aracatiense Dra. Tarsila Zaranza, Advogada, dão conta
que o sobrado ficava ao lado do sobrado das corujas e que fora construído por
volta de 1800 pelo político conhecido por Barros, que posteriormente foi
assassinado na vizinha cidade de Russas. Os herdeiros então o venderam ao tio
de Tarsila, Senhor José Adrião Zaranza Filho que acomodou no imóvel os pais e
as cinco irmãs solteironas. Ficou na família Zaranza até o ano de 2002 quando
faleceu sua ultima irmã solteira que residia no imóvel.
Segundo Tarsila o edifício tinha muitos cômodos e seus pavimentos distribuídos da seguinte maneira; no térreo funcionava a oficina de marcenaria do avô, José Adrião Zaranza e garagem para carruagens, no primeiro andar acomodavam-se as mulheres e no terceiro e ultimo piso os homens. Ainda havia um sótão. Depois de anos de abandono foi alçado pelo município conforme citado acima.
Recentemente a que se comemorar a entrega do Teatro Francisca
Clotilde.
Lamenta-se a falta de referencia as oficinas de carne no
município de Aracati, atividade extinta, mas que a ela poderia ser atribuído um
valor de patrimônio imaterial para a região e de forma lúdica receber e
ilustrar nativos e visitantes dando a conhecer o processo inteligente de
preservar as carnes em distantes épocas que deu origem a cidade. Certamente
todos nós teríamos mais um motivo para orgulhar-se de Aracati.
Viva Aracati!
Armando Farias
BARROSO, Gustavo. À margem da história do Ceará. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1962.
CASTRO, José Liberal de. Pequena informação relativa à arquitetura antiga no Ceará. Fortaleza, 1977.
LEAL, Hélio Ideburque Carneiro. Singelo Documentário de Alguns Atentados ao Patrimônio Cultural da Cidade de Aracati. Fortaleza: Fundação Edson Queiroz / Universidade de Fortaleza 1995.
ሐሙስ 24 ማርች 2022
DIA 25 DE MARÇO - Data Magna do Ceará.
O cearense sempre deu mostras comportamentais contrários à escravidão, prevalecendo historicamente entre a população sentimentos de igualdade entre conterrâneos e irmãos de outras terras.
Emprestando um olhar sociológico nota-se que não se constituiu no Ceará nos séculos XVIII e XIX costumes no trato urbano e rural que correspondessem a uma sociedade escravocrata como a estabelecida nos moldes das antigas capitanias, posteriormente, províncias a exemplo Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, tema esse estilizado no clássico (Casa Grande e Senzala) de Gilberto Freire.
A índole do cearense sempre apontou para uma desconstrução do processo escravista. Em meados do século XIX, O Padre Martiniano de Alencar já propusera a substituição de nossos escravos por colonos estrangeiros, antecipando uma ideia que só seria efetivada no final da centúria vigente.
No ano de 1850, nosso parlamentar Pedro Pereira da Silva Guimarães, nos honrou com um projeto na Câmara Geral, que deveria beneficiar daquela data em diante o nascituro filho de escravo. Óbvio que os escravistas de plantão barraram.
Efetivamente as alforrias espontâneas tornaram-se frequentes no Ceará após a emancipação norte-americana em 1865.
Em 1868 em Resolução nº 1.254 da Assembleia Provincial sancionada em 28 de dezembro pelo presidente Diogo Velho Cavalcante de Albuquerque autorizava o Executivo a
“despender a quantia de quinze contos de réis com a emancipação de cem escravos que forem nascendo, de preferência os de sexo feminino, os quais serão libertados na pia, cem mil réis cada um” (art. 1º ).
O governo deveria distribuir a quantia pelas diferentes comarcas da Província, disso encarregada em cada termo uma comissão constituída do pároco, do juiz municipal e do presidente da Câmara do Município (ART. 2º).
Logo o sertão imita a capital, e quase todas as comarcas do Ceará passaram a criar comissões semelhantes a de Fortaleza, prosseguindo com as indenizações. Essa Resolução, com algumas emendas, torna-se a Lei de nº 1.334, de 22 de outubro.
No ano de 1870, surge no Ceará a primeira sociedade libertadora, a de Baturité, instalada em 29 de junho daquele ano, e tem entre o seu quadro de sócios pessoas gradas e intelectuais da época. No mesmo ano (25 de junho), Sobral funda a Sociedade Manumissora Sobralense.
A seca dos três anos 1877-1879, fora inclemente. Houve muitos que se valeram desse triste episódio vendendo clandestinamente escravos a províncias do Vale do Paraíba. Muitas fugas também ocorreram nesse período diminuindo consideravelmente o número de cativos na província.
De sorte prevaleceu entre cearenses o ideal da liberdade o que propiciou a criação da Perseverança e Porvir, que foi oficialmente instalada em 28 de setembro de 1879, data escolhida em homenagem aos oito anos de existência da Lei do Ventre Livre. A sociedade idealizada por dez moços de fé manteria um fundo de emancipação, que ia sendo alimentada com a contribuição espontânea dos associados e uma percentagem nos ganhos obtidos em cada operação mercantil.
Durante a sessão de dia 28 de novembro de 1880, fica determinada uma reunião para o dia 8 de dezembro seguinte, onde seria inaugurada a Sociedade Cearense Libertadora. Essa nova agremiação de pronto recebeu o engajamento de todo o povo cearense na luta sem trégua contra o fim da escravidão negra em nossa província.
Muito contribui a causa libertadora as greves da praia lideradas pelo liberto Antônio Napoleão e Chico da Matilde.
Anos mais tarde, no dia 25 de Março de 1884 uma campanha de êxito encheu de orgulho, luz e glória o povo cearense com a conquista da liberdade do elemento servil na província do Ceará.
GIRÃO Raimundo. Abolição no Ceará. 3a. ed. melhorada. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto, 1984.
ዓርብ 18 ማርች 2022
DIA DE SÃO JOSÉ
ሰኞ 14 ማርች 2022
DIA NACIONAL DA POESIA 14 de Março
PASSEIO PELA HISTÓRIA
Á História à deusa Clio exalto
Dos cimos montes o nosso arauto.
Admirar as Três Graças ao pedestal, não falto
Apreciar a exuberante Agláia, bem ao alto.
Foi um capítulo da História
O pálio episcopal ricamente bordado reluz
Eminentes prelados, Torquemada
e a cruz.
No fausto Rodrigo Borgia
conduz
Alexandre VI a santidade papal, sombrio capuz.
Foi um capítulo da História
As torres da Fortaleza de Médici fascina.
Hoje prisão nos altos de Volterra, para além a Cochinchina.
Velho mundo, antigos castelos, a bruxa vaticina
Cruzados e seus estandartes, chacina.
Foi um capítulo da História
No tinir de pretéritos chicotes sofre,
No bruxulear de antigos archotes, ocre.
Grave ferimento se abre
Em duelos de antanho, no acutilar do sabre.
Foi um capítulo da
História
Na península Ibérica a gente moura arcabuzada
Sob o exército sangrento da última cruzada
Expulsava a população em vestes andrajada
Fugindo, deixaram tesouros, em Granada.
Foi um capítulo da História
Os contrafortes do Alcazar de Sevilha aprofunda
O Palácio de Mafra a feiticeira Blimunda,
Bartolomeu e Baltazar mente fecunda
Todos envoltos em magia profunda.
Foi um capítulo da História
Reis, rainhas e ducados, cobertos de joias, engastado
Envoltos em névoa, no passado.
No farfalhar de amareladas sedas, amassado.
Fulgurante arquitetural ficou de legado.
Foi um capítulo da História.
O Castelo Grande Trianon uma época ecoou
A flor de lis, fé sabedoria e valor.
Na Avenud Foch o
Palácio Rosa tombou
Amantes, intrigas, carruagens, tudo em Versalhes a Madame de Pompadour
Foi um capítulo da História
Em Viena surge ideia exortativa
Transfigurada na colossal Igreja Votiva.
Torres em agulha, vitral cadeiral refletem a fé que cultiva
Pobre romeira, procissão extensa e rica comitiva.
Foi um capítulo da História
Martin Soares Moreno destino heroico a desbravar,
O Padre Antonio Vieira Inaugurando o Ceará.
Vetusto José de Alencar a brilhar
E o ilustre Coronel Antonio Diogo de Siqueira a nos brindar; empreendedorismo, fortuna
e milhar.
Foi um capítulo da História
Armando Farias,14 de março 2022.
ዓርብ 11 ማርች 2022
ANIVERSÁRIO DO RECIFE E DE OLINDA 2022
ማክሰኞ 8 ማርች 2022
DIA INTERNACIONAL DA MULHER 2022: Dona Ana Paes senhora do Engenho Casa Forte
É com grande satisfação que trazemos a história de vida de
uma mulher do século XVII, Dona Ana Paes. Exemplo de empreendedorismo, bravura
e coragem quebrando as regras de submissão às mulheres ao mundo
luso-brasileiro.
Ana Paes Gonsalves de Azevedo nasceu em 1617. Os pais Jerônimo
Paes de Azevedo e Isabel Gonsalves Paes tinham muitas posses e concedeu uma
educação primorosa à Ana que além da leitura, falava e escrevia em latim, aprendeu
a lidar com os fornecedores de cana, feitores, escravos, comerciantes etc. Posteriormente
aprendeu o idioma alemão.
Ana Paes recebeu o engenho que fora batizado originalmente de
Casa Forte, o maior da Várzea do Capibaribe, como dote nupcial ao casar-se com o
fidalgo português Pedro Correia da Silva. Pedro faleceu precocemente em 1635, lutando
contra a invasão holandesa a Pernambuco.
Nesse momento, Ana Paes mostra seu lado de bravura e
empreendedorismo. Ao contrário da maioria das famílias de posses que nesse
período de conflitos migram para a Bahia, Ana permanece viúva na propriedade. Como
senhora de engenho Ana conhece e casa-se no ano de 1637 com o Capitão Carlos de
Toulon, oficial do exército inimigo. Por razões óbvias esse fato escandalizou a
sociedade da época, acrescido do fato de serem os invasores considerados
hereges pela igreja católica e a conversão de Ana ao calvinismo.
Acusado de conspirar contra o governo holandês, Toulon é
deportado para Amsterdã por ordens de Nassau. Ao chagar na Europa Toulon vem a
falecer.
Ana Paes mais uma vês surpreende ao casar-se novamente com
outro oficial da infantaria holandesa: Gilbert de With. O casamento ocorre em
uma extensa área do engenho chamada de Campina de Casa Forte, hoje Praça de
Casa Forte.
O engenho sofreu várias alterações de nome chamou-se Toulon,
Nassau e por último Engenho de With. Voltando a chamar-se Casa Forte após a Restauração
Portuguesa.
Ocorre que o Engenho de Casa Forte é tomado pelos flamengos
em 3 de agosto de 1645 e nele encarceradas como reféns várias mulheres de
chefes revolucionários pernambucanos. Esse fato propiciou uma das batalhas mais
importantes e sangrentas travadas entre lusos brasileiros e holandeses no dia
17 de agosto. Os lusos saíram vitoriosos.
Vemos que estamos diante de fatos de extrema relevância para a formação do Brasil como nação e um lugar de muita importância histórica. Em seu livro “Arredores do Recife” o historiador Pereira da Costa afirma que o local era uma das melhores propriedades agrícolas de Pernambuco “pela sua vantajosa situação, com matas, terras, vales férteis e facilidade de comunicação fluvial com a Praça do Recife. Ao seu lado a capela belamente construída”.
O legado de Ana Paes vai para além
dos remanescentes do seu engenho, bairro de Casa Forte e a Avenida 17 de
agosto. Fica o exemplo de alguém que soube conquistar um lugar na sociedade
como mulher, mãe e administradora em distante época.
A capela tornou-se a Matriz de Casa Forte (1911) e no local da casa grande, adquirida em 1907 e reformada foi instalado o Colégio da Sagrada Família. A área relativa a Campina de Casa Forte como já foi dito hoje Praça de Casa Forte que foi o primeiro jardim público projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx em 1935.
Matriz de Casa Forte
A decisão
do tombamento foi do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que se reuniu
em Brasília. O pedido foi realizado pelo Laboratório da Paisagem da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 2008, com o apoio da Associação
Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) e do Committee on Historical
Gardens and Cultural Landscapes, organismo britânico que presta consultoria
para a Unesco.
Armando Farias
እሑድ 13 ፌብሩዋሪ 2022
PATRIMÔNIO PRESERVADO
BARROSO, Gustavo. À margem da história do Ceará. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1962.
ዓርብ 28 ጃንዋሪ 2022
PATRIMONIO HISTÓRICO DO CEARÁ
እሑድ 16 ጃንዋሪ 2022
DIA DO CEARÁ 17 DE JANEIRO
“É a Capitania do Ceará Grande bem considerável pela sua grandeza, como mostra um mapa bem circunstanciado, que o mesmo hábil Targine traçou de todo o seu território. Pela sua ilustração se conhece ser o ar saudável, o céu sereno, campinas amenas, serras fertilíssimas, rios caudalosos, maiormente na estação das águas”.“Examinando o mapa vejo a Capitania do Ceará tem sete povoações de índios denominadas – Arronches, Messejana, Soure, Monte-mor-velho, Vila Viçosa, e Crato, hoje consideravelmente diminutas pelo vexame que lhe causa o bárbaro costume dos governadores, ouvidores, diretores e viários arrancarem os filhos dos braços dos seus pais, e os mandarem a servir em diferentes Capitanias, donde jamais voltam a sua pátria debilitando-se assim a cultura tão necessária à cultura daqueles terrenos”.
“Das vilas e povoações da Capitania estabelecidas pelos europeus e seus descendentes a que tem a primeira preferência é a vila de S. Cruz de Aracati, situada as margens do rio Jaguaribe, aonde a oportunidade da barra estabelece a principal feitoria das carnes secas e morrem todos os anos para cima de cinquenta mil reses, se embarcam mais de vinte mil arrobas de algodão: A segunda grandeza é a de Sobral assentada as margens do Rio Acaracu, de igual feitoria e comércio para muitas embarcações e especuladores das Capitanias de Pernambuco e Bahia; a que entra na terceira ordem é a Vila do Icó, estabelecida no centro da Capitania na distancia de mais de sessenta léguas do porto do mar, que serve de único depósito das produções do interior do país para serem conduzidas as vilas marítimas no tempo oportuno da navegação. A Vila de Granja, que domina a foz do Rio de Camocim, tem em si um grande comércio de carnes e algodão, que atrai pelo seu cômodo muitas embarcações e traficantes das Capitanias circunvizinhas, vila tão celebrada na história do Padre Vieira, pela pesca, que nela havia do coral e âmbar-gris. É de menor extensão e povoação a Vila da Fortaleza onde reside o governador e se acha acantonada uma única companhia de tropa paga, que guarnece a fortaleza da Assunçao estabelecida nas praias do oceano. O mesmo se observa na Vila de Aquiraz, cabeça de Comarca, e residência do ouvidor-geral, aonde os jesuítas tinham o seu colégio”. (STUDART, 2004, p. 493-500)
"Em 1810, as casas de Fortaleza tinham apenas o pavimento térreo. Havia poucas ruas – todas sem calçamento –, três igrejas, o palácio do governador, a Casa de Câmara e Cadeia, a Alfândega e a Tesouraria. O porto era ruim e eram grandes as dificuldades e os acidentes no momento de embarque e desembarque dos ‘vapores’."
”O lugar que primitivamente funcionou a Junta da Fazenda foi por cima do antigo calabouço no prédio que é hoje ocupado pelo 11º Batalhão; dai passou-se para o edifício à Rua Conde d`Eu, hoje Sena Madureira, em que também residiram os Governadores e os membros da Comissão Militar, e cujo atual proprietário é o Sr. João da Silva Vilar”. (STUDART, 2004, p. 501)