No mês que Fortaleza completa anos, 295 desde a criação da vila, rendermos nossas homenagens a cidade amada. A História cumpre o seu papel ao registrar a data histórica e suas devidas informações documentais.
Caminhado ao lado vem a Arquitetura, diretamente imbricada à História. Através de seus monumentos de pedra e cal esses símbolos de uma sociedade trazem ao cidadão sentimentos de pertencimento, aconchego e orgulho.
Fechando o círculo para as comemorações a Sociologia nos esclarece com seus estudos voltados aos costumes de nosso povo, o olhar da população a esses monumentos e a espaços vazios em transformação.
Compreendendo o papel de cada uma dessas ferramentas o cidadão comum poderá coadunar no progresso da cidade, compreensão do conceito de monumento e consequentemente sua conservação.
Através de imagens aéreas não tão distantes no tempo podemos identificar mudanças no aspecto físico da capital, analisar suas consequências se favoráveis ou negativas para em consenso termos um espaço social favorável à coletividade.
Na sequência de fotos exposta do início dos anos de 1960 (acervo particular), notamos muitas diferenças no espaço construído da capital. Pode-se notar que o chamado segundo plano do Passeio Público ainda encontrava-se “abandonado” segundo Gustavo Barroso servindo de campo de futebol. Em 1963 foi cedido pela Prefeitura para o Exército. Lamenta-se a perca da população em desfrutar uma área pública agradável e estrategicamente bem localizada.
Também nota-se que a Avenida Leste Oeste ainda não havia sido construída, com sua execução no início dos anos de 1970 houve o desmonte de todo um bairro popular, o Santa Teresinha e parte do Arraial Moura Brasil. As famílias foram transferidas para o Serviluz, hoje enfrentam problemas decorrentes do movimento de areias de faixa de praia invadindo seus domicílios. Constata-se que o local era inapropriado para uso residencial. Também ocorre a triste situação de abandono do antigo farol de Fortaleza, edificação histórica do meado do século XIX em quase ruína, que a exemplo do Farol da Barra em Salvador poderia ser um potencial atrativo turístico.
Vê-se o complexo que atendia ao antigo “porto” de Fortaleza ainda incorrupto, a Catedral da Sé inconclusa e o antigo conjunto arquitetônico demolido para a construção do novo Mercado Central, entre elas a casa onde nasceu Dom Helder Câmara.
Para amar e cuidar a cidade o cidadão tem direito a conhecer sua história. Então a fórmula ideal é poder público X cidadão X iniciativa privada, todos de braços dados em defesa de Fortaleza.
Armando Farias