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2022 ኦገስት 17, ረቡዕ

PHENIX CAIXEIRAL - ALUNS ANTECEDENTES


PHENIX CAIXEIRAL

Associação dos Empregados do Comércio do Ceará

 

Fundada em 24 de maio de 1891 e instalada em 24 de junho do mesmo ano.
Considerada de utilidade pública pelo Decreto Federal n 3523, de 28 de agosto de 1891.


O motivo principal que suscitou a ideia de uma agremiação que salvaguardasse a classe caixeiral em Fortaleza foi o elevado grau de exploração dos empregados do comércio por parte dos comerciantes que chegou a termos insuportáveis, sendo essa atividade comparada à escravidão por muitos dos seus representantes, entre os quais cito Rodolfo Teófilo.  Os patrões por sua vez justificavam tal situação devido ao fato de serem os comerciários desprovidos de instrução e cultura. Cientes de serem agentes pagadores de impostos ao Estado, os patrões não demonstravam qualquer sinal de negociação com os empregados. Esses por sua vista não possuíam qualquer entidade coletiva que os representasse.

Eram lastimáveis as condições de trabalho dos auxiliares do comércio em Fortaleza. Os mesmos não tinham direito ao voto, e eram equiparados aos criados de servir. As fontes conhecidas nos indicam que o perfil da maioria dos caixeiros era de jovens migrantes, filhos de pequenos pecuaristas e agricultores do sertão, que deixavam suas localidades por falta de perspectivas. Esses jovens eram compelidos à profissão de caixeiros de balcão ou a pequenos comerciantes.

Em Fortaleza, a partir do terceiro quartel do século XIX, configura-se um ambiente sócio econômico favorável ao surgimento de uma incipiente classe média, que se formava por conta da baixa atividade econômica em todo o estado que à época girava em torno da cultura do algodão.

Os reflexos da plantação, logística e exportação do algodão em uma Fortaleza ainda provinciana, propiciam saltos de desenvolvimento significativo. Intelectualmente forma-se um caldeirão de ideias na mente dos jovens que se materializam na forma de várias agremiações culturais e recreativas.

Engajados na campanha abolicionista os caixeiros fundam o Clube Abolicionista Caixeiral em 1873 sob a direção de Antonio Papi Junior.

Em 1870 a classe caixeiral cria a Sociedade Beneficente, tendo seus estatutos aprovados em 1871, com o nome de 8 de Dezembro.

Nesse contexto os caixeiros, assim eram chamados os comerciários à época, iniciaram uma movimentação no sentido de criar uma instituição que fosse capaz de representá-los, trazer visibilidade à categoria, instrução e beneficência. O engajamento de Miguel Teixeira da Costa Sobrinho, Bemvindo Alves Pereira, Heraclito Domingues da Silva, Raymundo Cabral, Januário Augusto Fernandes e Cesar A. da Silva e demais caixeiros materializou os anseios da classe dos auxiliares do comércio e fundou a 24 de maio de 1891 a Sociedade Phenix Caixeiral, reunião ocorrida nas dependências do imóvel de n° 193 da Rua Formosa. Ato contínuo proclamou o Presidente Provisório que foi o Sr. José Vieira da Mota, que instalou nesse momento a mesa provisória com seus componentes.

Analisando os nomes de seus idealizadores percebe-se quão humilde era essa recém-criada associação. Talvez essa suposta fragilidade tenha suscitado oposição à ideia, capitaneada por alguns patrões que encontrou eco em uns poucos colegas comerciários. Superados os obstáculos os seis jovens acima citados instalaram solenemente no dia 24 de junho seguinte a Phenix Caixeiral, Instituição sociocultural, educacional, beneficente e filantrópica que rapidamente alçou elevado grau de reconhecimento por parte de toda a sociedade de Fortaleza e prestígio de seus associados.

Após a eleição foi nomeado presidente Antônio Alves Brasil.

Em agosto do mesmo ano de 1891 abriram-se as aulas da sua Escola de Comércio, um dos cursos mais concorridos à época em Fortaleza.

Atingindo grande êxito a Phenix Caixeiral inaugura a primeira sede própria em 1905, localizada na esquina da Rua Guilherme Rocha com General Sampaio (demolida) e com a expansão das atividades a segunda e maior sede que ficava Na Rua 24 de Maio esquina com Guilherme Rocha (demolida).  

Existiu a Phenix Caixeiral de 1881 a 1979.

O Instituto do Ceará, que é considerado o repositório de nossa memória e coexistiu a Phenix, nada produziu sobre a Instituição. Exceto uma revista de tiragem ocasional, não houve na época nenhuma publicação contemplando sua atuação.

Não se questiona o mérito do final de suas atividades fim. Porém a falta de registros históricos e fontes documentais primárias, provavelmente extraviadas, Impossibilitam uma análise mais aprofundada do seu apogeu com reflexos na área sociológica.  A nulidade da conservação do seu patrimônio material constitui-se em perda significativa de importante capítulo da História de Fortaleza.



Fac-símiles da folha de rosto, página 2 (dedicatória ao Barão de Studart) e página 3, do Discurso proferido por Assis Bezerra Filho, na sessão comemorativa do 14º aniversário da Phenix Caixeiral.
Fonte: Arquivo da Biblioteca Nacional, cedido via pesquisa em 2015. 

Armando Farias


CEARÁ. Governo do Estado. Terra cearense: álbum de propaganda em geral, organizado no governo do Eminente Desembargador José Moreira da Roca,1925.

SILVA, Pedro Alberto de Oliveira. A “Phenix Caixeiral” (1891 – 1979) e como desapareceram dois testemunhos importantes da História de Fortaleza. Revista do Instituto do Ceará, 2008.

2022 ኦገስት 16, ማክሰኞ

PHENIX CAIXEIRAL - ÚLTIMOS REMANESCENTES EM FORTALEZA

Hoje, dia 17 de agosto, se comemora o dia do Patrimônio Histórico, com algumas conquistas nessa área podemos citar a Lei PL 128/2016 aprovada pelo Senado Federal, que torna crime a depredação de bens tombados.

Em nível de Estado do Ceará, mais especificamente falando de Fortaleza, observa-se a falta de lastro no que toca a proteção ao Patrimônio.

Em dezembro de 2014, registrei uma visita ao último imóvel que abrigou a sede da Fênix Caixeiral em Fortaleza, ou "Phenix Caixeiral" na ocasião já desativada, bem como o colégio homônimo. Trata-se da casa onde residiu o ex Governador Meneses Pimentel, sito à Avenida do Imperador n° 636 – Centro.




Fotos do acervo particular

O imóvel já havia sido vendido e a preocupação voltou-se para as esculturas que ainda remanesciam no local, visto que a parte documental estava em local ignorado. Diante da eminente possibilidade de uma perca acionei a reportagem da TV Diário que foi de pronto ao local registrar o fato. Deslocou-se a competente jornalista Quilvia Muniz e seu cinegrafista.

Também fiz a propositura dotombamento junto a SECULTFOR n° de Processo P420051/2014 contemplando as peças escultóricas que eram na ocasião em número de quatro, sendo três esculturas femininas em tamanho natural e a simbólica ave em formato de águia. Peças que ornava a fachada da mais antiga sede da Instituição, imóvel próprio que fora construído em 1905 e se localizava na esquina da Rua Guilherme Rocha com General Sampaio.

Como mencionado anteriormente a falta de proteção é observada em vários casos semelhantes. Passados quase oito anos não se sabe onde estão essas centenárias e simbólicas esculturas. Se é que ainda existem.

Para além das esculturas a própria Instituição Phenix Caixeiral merece grande destaque nos anais da História do Ceará visto a magnitude de abrangência da sua atuação bem como as décadas que trabalhou em prol do bem estar da classe comerciária em Fortaleza.

Armando Farias.

2022 ፌብሩዋሪ 13, እሑድ

PATRIMÔNIO PRESERVADO

Fortaleza recebeu o Parque da Liberdade restaurado.

Entre períodos de abandono e revitalizações ao longo de sua existência o Parque na sua fase atual conserva de forma satisfatória parte de seus elementos decorativos originais.

 
Acervo particular
 
Acervo particular

Não foi sempre assim. A edição da Gazeta de Notícias do dia 17 de março de 1973 traz reportagem “CIDADE DA CRIANÇA, Um Barreiro Cercado de Detritos por todos os lados”. Foi um período de total abandono desse espaço.

Gazeta de Notícias, março / 1973

Gustavo Barroso nos informa no seu livro A Margem da História do Ceará que existiu no centro da “lagoa” do Parque uma escultura de Netuno com seu respectivo tridente. Era proveniente do antigo Passeio Público, onde ornamentava o nível mais baixo correspondente à praia. Quando do seu desmanche foi levado para o Parque e de lá desapareceu. (BARROSO,  1962, p. 278)

Já Otacílio de Azevedo nos informa em seu livro Fortaleza Descalça alguns detalhes anteriores à urbanização do logradouro, “Em frente a Igreja do Coração de Jesus existia em 1913, um grande quadrilátero de muro bem alto, sem portões e cheio de árvores.” (AZEVÊDO, 1992, p. 82)
[...]
“Ao lado do castelo, quatro fileiras de muro baixo revestidas de pedrinhas acastanhadas e, ao lado, uma imensa estátua de uns dez metros, de ferro, oca e toda enferrujada. Ao seu lado outra menor, também ameaçada peã ferrugem. Está ultima, anos depois, vim a saber que representava Netuno, o deus do mar, com o seu tridente. A maior era Apolo – O Apolo de Belvedere." (AZEVÊDO, 1992, p. 82)

Pelo que se depreende dos textos é que a escultura do Netuno teve uma sobrevida antes de desaparecer, sorte igual não teve a do Apolo, que não fosse a crônica de Otacílio de Azevedo o fortalezense jamais saberia da sua breve existência.

O Parque da Liberdade foi inaugurado em 26 de maio de 1937 fazendo parte dos atos comemorativos do segundo ano de administração do Interventor Menezes Pimentel, construído na gestão do Prefeito Raimundo de Alencar Araripe. Dentre seus visitantes ilustres consta o Presidente Getúlio Vargas, que na ocasião “teceu os maiores elogios”. As duas primeiras décadas seguintes a sua inauguração manteve-se bem cuidado e bem frequentado, época que eram concorridos os seus eventos como a comemoração da Libertação dos Escravos, apresentação de um coral e uma orquestra de cordas que davam espetáculos aos domingos.
 
Foto aérea da Igreja do Sagrado Coração de Jesus
Foto aérea  do Parque da Liberdade, Igreja do Sagrado Coração de Jesus e adjacências
Foto do acervo particular
 
Fica o apelo à população para manter o excelente grau de qualidade da obra que nos foi entregue, para nós, turistas e futuras gerações.

Armando Farias

AZEVÊDO, Otacílio. Fortaleza Descalça. 2, ed. Fortaleza: UFC / Casa José de Alencar, 1992.
BARROSO, Gustavo. À margem da história do Ceará. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1962.
CIDADE da Criança: um barreiro cercado de detritos por todos os lados. Gazeta de Notícias, Fortaleza, 26 março 1973. Caderno Cidade, p. 5.

2022 ጃንዋሪ 28, ዓርብ

PATRIMONIO HISTÓRICO DO CEARÁ

Hoje, 28 de janeiro, se comemora o dia da fundação do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de Pernambuco (160 anos). Exemplar instituição com alto grau de visibilidade que poderia ser “copiada” em sua expertise pelo nosso empedernido e escondido Instituto Histórico Cearense. 

Fotos do interior do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de Pernambuco
Acervo particular

O Ceará deveria, a exemplo de Pernambuco, dar maior destaque e acesso às instituições que abrigam e constituem em si elementos pertinentes ao nosso patrimônio histórico. Já vai longe a ideia de que o Instituto era do Barão de Studart. É do povo cearense e a ele tem que se voltar.

É praticamente impossível o cidadão conhecer o seu interior, inviolável e inexpugnável. Na mais favorável das hipóteses, até se consegue transpor suas “muralhas”, porém o pesquisador é induzido a uma edícula no fundo do lote, onde com muita sorte é recepcionado em um balcão, quase que nos jardins do prédio, e assim constrangido, tentar efetuar sua pesquisa. Fisicamente não consegue. O atendente promete enviar-lhe seu conteúdo via e-mail. Isso bem antes da pandemia. Hoje se encontra fechado. 

A ideia é copiar o que há de bom. O congênere pernambucano dispõe de um excelente espaço museológico aberto à visitação, democrático, fora a parte de pesquisas, também de fácil acesso. 

O fomento às tradições, à intimidade com nosso passado e o contato físico com esses aspectos que remanesceram só trarão fortalecimento à temática da conservação patrimonial, que não se faz apenas em gabinetes, faz-se com o conhecimento e engajamento da população. Alheia a esses elementos, o cidadão leigo não o valorizará, e por vezes até será um agente destruidor do mesmo, simplesmente por não compreender o significado da palavra PATRIMÔNIO.

Armando Farias