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2022 ማርች 8, ማክሰኞ

DIA INTERNACIONAL DA MULHER 2022: Dona Ana Paes senhora do Engenho Casa Forte

É com grande satisfação que trazemos a história de vida de uma mulher do século XVII, Dona Ana Paes. Exemplo de empreendedorismo, bravura e coragem quebrando as regras de submissão às mulheres ao mundo luso-brasileiro.

Ana Paes Gonsalves de Azevedo nasceu em 1617. Os pais Jerônimo Paes de Azevedo e Isabel Gonsalves Paes tinham muitas posses e concedeu uma educação primorosa à Ana que além da leitura, falava e escrevia em latim, aprendeu a lidar com os fornecedores de cana, feitores, escravos, comerciantes etc. Posteriormente aprendeu o idioma alemão.

Ana Paes recebeu o engenho que fora batizado originalmente de Casa Forte, o maior da Várzea do Capibaribe, como dote nupcial ao casar-se com o fidalgo português Pedro Correia da Silva. Pedro faleceu precocemente em 1635, lutando contra a invasão holandesa a Pernambuco.

Nesse momento, Ana Paes mostra seu lado de bravura e empreendedorismo. Ao contrário da maioria das famílias de posses que nesse período de conflitos migram para a Bahia, Ana permanece viúva na propriedade. Como senhora de engenho Ana conhece e casa-se no ano de 1637 com o Capitão Carlos de Toulon, oficial do exército inimigo. Por razões óbvias esse fato escandalizou a sociedade da época, acrescido do fato de serem os invasores considerados hereges pela igreja católica e a conversão de  Ana ao calvinismo.

Acusado de conspirar contra o governo holandês, Toulon é deportado para Amsterdã por ordens de Nassau. Ao chagar na Europa Toulon vem a falecer.

Ana Paes mais uma vês surpreende ao casar-se novamente com outro oficial da infantaria holandesa: Gilbert de With. O casamento ocorre em uma extensa área do engenho chamada de Campina de Casa Forte, hoje Praça de Casa Forte.

O engenho sofreu várias alterações de nome chamou-se Toulon, Nassau e por último Engenho de With. Voltando a chamar-se Casa Forte após a Restauração Portuguesa.

Ocorre que o Engenho de Casa Forte é tomado pelos flamengos em 3 de agosto de 1645 e nele encarceradas como reféns várias mulheres de chefes revolucionários pernambucanos. Esse fato propiciou uma das batalhas mais importantes e sangrentas travadas entre lusos brasileiros e holandeses no dia 17 de agosto. Os lusos saíram vitoriosos.

Vemos que estamos diante de fatos de extrema relevância para a formação do Brasil como nação e um lugar de muita importância histórica. Em seu livro “Arredores do Recife” o historiador Pereira da Costa afirma que o local era uma das melhores propriedades agrícolas de Pernambuco “pela sua vantajosa situação, com matas, terras, vales férteis e facilidade de comunicação fluvial com a Praça do Recife. Ao seu lado a capela belamente construída”.

Com a capitulação holandesa Ana foi considerada da mesma nacionalidade que o marido e partiu com ele para a Holanda local que faleceu em 1674 em Dondrecht onde morava.

Com a partida de Ana Paes o engenho passa a ser administrado por seu sobrinho João de Freitas da Silva, filho de sua irmã D. Jerônima Paes de Azevedo.

O legado de Ana Paes vai para além dos remanescentes do seu engenho, bairro de Casa Forte e a Avenida 17 de agosto. Fica o exemplo de alguém que soube conquistar um lugar na sociedade como mulher, mãe e administradora em distante época.  

A capela tornou-se a Matriz de Casa Forte (1911) e no local da casa grande, adquirida em 1907 e reformada foi instalado o Colégio da Sagrada Família. A área relativa a Campina de Casa Forte como já foi dito hoje Praça de Casa Forte que foi o primeiro jardim público projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx em 1935.

Matriz de Casa Forte

Os tanques da Praça de Casa Forte
Pintura de André Nóbrega.

 
IPHAN inicia processo de tombamento de jardins de Burle Marx no Recife.

A decisão do tombamento foi do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que se reuniu em Brasília. O pedido foi realizado pelo Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 2008, com o apoio da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) e do Committee on Historical Gardens and Cultural Landscapes, organismo britânico que presta consultoria para a Unesco.

Armando Farias

 

DANTAS, Rafael. A batalha que se fez barro. Publicado em 15 de setembro, 2015. https://revista.algomais.com/a-batalha-que-se-fez-barro/. Acesso em: 07 Mar. 2022.

DIÁRIO DE PERNAMBUCO (Blog). Ana Paes, uma mulher à frente do seu tempo. Disponível em: Ana Paes, uma mulher à frente do seu tempo | Pernambuco, História & Personagens (diariodepernambuco.com.br). Acesso em: 07 Mar. 2022.

G1 PE. Iphan inicia processo de tombamento dos Jardins de Burle Marx no Recife. 22/11/2014 Disponível em: G1 - Iphan inicia processo de tombamento dos Jardins de Burle Marx no Recife - notícias em Pernambuco (globo.com). Acesso em: 07 Mar. 2022.

JORNAL DO COMÉRCIO. Dona Ana Paes senhora do Engenho Casa Forte – Uma mulher a frente do seu tempo. Recife, 18 de fevereiro de 1999. p. 2.

RODRIGUES, Maria de Lourdes Neves Baptista. Engenhos de Pernambuco. Casa Forte/Recife - Casa Forte. 03/11/2014. Disponível em: http://engenhosdepernambuco.blogspot.com/2014/11/engenhode-jeronimo-paes-de-gonsalves.html. Acesso em: 07 Mar. 2022.

2021 ፌብሩዋሪ 10, ረቡዕ

OS HOLANDESES NO NORDESTE E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O BRASIL

O açúcar, e não a esperança de encontrar minas foi a motivação ao ataque a Pernambuco, que como as demais colônias portuguesas se encontrava à época sob o domínio da Espanha, em guerra com a Holanda, que refinava todo o açúcar produzido no Brasil

Desde a formação da Companhia das Índias Ocidentais (1621), passando pela invasão em Salvador (1624/1625), Pernambuco (1630) e a Guerra da Restauração (1645/1654), vê-se um dos capítulos mais importantes e ricos em acervo documental da historiografia brasileira na primeira metade do século XVII.

Há relatos documentais a partir de 1623 que vinham sendo reunidos na Holanda sobre dados e informações sobre a Capitania de Pernambuco. São depoimentos de vários navegantes holandeses, índios levados por Boudewyn Hendriksz para a Holanda e na colaboração de judeus comerciantes que moravam em Pernambuco na remessa de informações para a Holanda. Grande também é a documentação produzida pelos holandeses durante os 24 anos de dominação do Brasil Holandês. Essa produção continuou ocorrendo no editorial europeu mesmo após o fim da ocupação dos Países Baixos no Brasil.

A produção historiográfica brasileira no tema é razoável. Esse conteúdo é regularmente exposto e prestigiado apenas em Pernambuco, ficando os demais estados do Nordeste que pertenceram aos domínios dos Países Baixos distantes desses fatos. Em nível nacional é insignificante a importância dada pela historiografia (IHGB). Facilmente constata-se nos livros didáticos que apenas superficialmente expõe o conteúdo sobre o domínio holandês. Da mesma forma a imprensa de forma geral procede.

Para além do acervo documental, o que de mais importante se pode ressaltar como consequência positiva para o Brasil do período Holandês no Nordeste:

  • a fundação da cidade do Recife;
  • o embrião de Fortaleza;
  • o sentimento do nativismo. (Os primórdios da formação do conceito de identidade de povo brasileiro);
  • destaca-se a formação de exercito brasileiro.

A FUNDAÇÃO DA CIDADE DO RECIFE

Até a chegada de Nassau a Pernambuco (1637), na povoação do arrecife era apenas o porto e suas instalações, assentadas no estreito istmo, que com a chegada da Companhia das Índias (1630) passou a abrigar um continente habitacional maior que a capacidade dos imóveis oferecia. A capital da capitania era Olinda.

Nassau assume o comando do Brasil Holandês com o cargo de governador geral. Aporta no Recife em 23 de janeiro de 1637 e trás em sua comitiva soldados e a primeira missão científica a cruzar a linha do equador, fato que propiciou “o mais completo levantamento artístico, paisagístico, cartográfico e científico desta parte do Novo Mundo no século XVII”. (DP, 2003, D2)

Para sanar o problema habitacional Nassau viabiliza projetos arquitetônicos para a construção, urbanização e ocupação da Ilha de Antônio Vaz que seria a Cidade Maurícia, oficializada em 17 de dezembro de 1639. As construções mais vultosas foram o Palácio de Friburgo ou Palácio das Torres, a Casa da Boa Vista e a construção de três pontes, as primeiras de grandes dimensões do Brasil. Tantas outras obras ainda nos dias atuais podem ser identificados seus vestígios. Acabava de nascer O RECIFE.

Estátua em meio corpo do conde alemão João Maurício de Nassau-Siegen
Estátua em meio corpo do conde alemão João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), governador do Brasil Holandês (1637–1644), situada na praça da República, em Recife (PE), em frente ao Palácio do Governo, inaugurada em 17 de junho de 2004, por ocasião do quarto centenário de seu nascimento 1604-1679. O monumento em bronze foi doação da República Federal da Alemanha ao povo de Pernambuco. Trata-se de réplica da escultura original, produzida por Bartholomeu Eggers (c.1630-1692) no ano de 1664, e que atualmente se encontra sob o túmulo de João Maurício de Nassau na cidade alemã de Siegen. 
Foto do acervo particular

O EMBRIÃO DE FORTALEZA

Com a implantação do primeiro Fortim de São Tiago na Barra do Rio Ceará por Pero Coelho de Sousa e sua continuidade em 1612 sob o comando de Martin Soares Moreno, redenominado Forte de São Sebastião existiu a vontade do colonizador português em criar um núcleo civilizatório na Capitania do Siará Grande até então despovoada do elemento europeu. Com a saída de Moreno em 1631 outras autoridades portuguesas assumiram a titularidade do São Sebastião.

Em outubro de 1637 cai a frágil fortificação na mão dos batavos sob o comando do major Joris Garstman e do Capitão Hendrick Huss que receberam ajuda estratégia dos indígenas Potiguaras chefiados pelo Cacique Algodão e Koigava. Esse continente militar holandês permaneceu no Forte de São Sebastião, consta em documentação pertinente que reformaram, ampliaram e municiaram o reduto passando a chama-lo de Forte do Siará (Arx in Siará).

Os objetivos da ocupação era manter um entreposto entre o Rio Grande do Norte e o Maranhão, capitania ambicionada pelos batavos. Havia também a extração do sal, que tinha elevado valor no mercado europeu, e o extrativismo e exportação do algodão, pau violeta e âmbar-grils. Durante o comando de Gedeon Morris de Jonge revelou-se ele um apaixonado pelas terras cearenses e como tal tentou promover seu desenvolvimento. Explorou áreas de salinas desde o Camocim até Mossoró, região que por muito tempo pertenceu a Capitania do Siará. Gedeon também introduziu o cultivo de vários vegetais nos arredores da fortificação. Fontes da época e historiadores modernos referem-se a Gedeon como ‘aventureiro” ou homem dotado de “muitas qualidades”. Era natural da Zelândia – Holanda. Na sua documentação pessoal percebe-se que passou cerca de oito anos prisioneiro nas terras do Maranhão (1628/1636), período que aprendeu a falar o português e a linguagem indígena.

O ambicioso projeto de desenvolver a exploração das salinas e exportação do sal fracassou diante dos poucos recursos disponibilizados pela Companhia WIC e pela malograda conquista do Maranhão (1641/1643) que ocasionou muitas dívidas e baixas no contingente de soldados e indígenas aliados. Em janeiro de 1644 Gedeon e toda guarnição neerlandesa do Siará foram trucidados por índios revoltosos, que depois se descobriu terem agido com terrível brutalidade.

Até o final da primeira incursão holandesa na Capitania do Siará Grande temos um insistente conceito por parte do colonizador de fixar-se na Barra do Rio Ceará, que por várias razões se mostrava para a época um inapropriado local para implantação de um futuro aglomerado urbano. Voltou a Capitania do Siará Grande a relativo abandono.

Em 1645 voltaram os batavos ao Siará em breve missão comandada por Roeloff Baro. Somente em 1649 é que a WIC envia Matias Beck ao Siará com o objetivo de localizar e explorar suposta mina de prata. A expedição partiu para o Siará em 20 de março, chegando ao Mucuripe a 3 de abril. Matias Beck rapidamente concluiu que a localização da antiga fortificação era inadequada. A água do Rio Ceará salobra, a barra assoreada e a distancia do “porto” eram fatores que o levaram a escolher as margens do Rivierbeken Genaalmd Marajaitiba (Riacho Pajeú) e do Bergh Marajaitiba (Morro do Pajeú) para instalar seu novo forte, denominado Schonenborch. Beck reforça sua escolha relatando em cartas aos superiores o cuidado com a defesa e que desde as encostas do morro do forte até as serras existiam grandes bosques e um grande estoque de madeira in natura. O fracasso das minas de prata relatadas pelos índios levou Beck a aproveitar os diversos recursos naturais e humanos da região propiciando a construção de um posto colonial. Acreditando no sucesso de sua empresa Beck chegou a escrever para Pernambuco solicitando a vinda de sua esposa. Não há comprovação se de fato ela veio.

Matias Beck aceitou a capitulação dos neerlandeses a 1 de maio de 1654, passando a administração da Capitania do Siará Grande ao português Álvaro de Azevedo Barreto. Sem saber do seu grande feito havia deixado como legado o embrião da futura cidade de Fortaleza.

Forte Schonenborch
Forte Schoonenborch, Riacho Pajeú e o Morro Marajataiba - 
detalhe do mapa: 't Forte Schoonenborch - Capitania de Siara
Amorim (2014, p. 69)


O Sentimento do Nativismo. (Os primórdios da formação do conceito de identidade de povo brasileiro).

Durante os primeiros anos que os holandeses estiveram no Nordeste do Brasil existiam capitanias autônomas, a despeito de haver um governo central não havia uma unidade como nação. Uma referencia anterior, análoga a esse movimento foi a participação do olindense Jerônimo de Albuquerque deslocado para o Maranhão para debelar os franceses, convocado na qualidade de militar. Martim Soares Moreno atuou como seu comandado. Não houve o engajamento de civis até porque a população de São Luiz era diminuta.

Um sentimento de nação começa a despertar em Pernambuco durante o período chamado de Guerra da Resistência (1630/1635). O general Matias de Albuquerque acompanhado de centenas de “pernambucanos” fundou a improvisada fortificação do Arraial do Bom Jesus (hoje Bairro de Casa Amarela) resistindo bravamente por cinco anos aos poderosos exércitos holandeses.

“Ao Arraial do Bom Jesus compareceram com seus comandados Luiz Barbalho e Martins Soares Moreno, Filipe Camarão com seus índios e Henrique Dias com seus negros, resolutos em manter uma guerra diuturna que veio a incutir na gente de Pernambuco o sentimento do nativismo”. (DP, 2003, D2) Diante de tremendos padecimentos, rendeu-se o Arraial sob o comando do Governador André Marim e seus capitães em 6 de junho de 1635.

Destaca-se a Formação do Exercito Brasileiro.

Passados dez anos da rendição do Arraial do Bom Jesus, voltam os pernambucanos a perseguir o ideal libertário. Liderados por João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros teve adesão de senhores de engenho, entre eles Antônio Cavalcanti e o Capitão Antonio Dias Cardoso, veterano em técnicas de guerrilha, e da população civil em geral. Eclodiu o movimento chamado Insurreição Pernambucana, mais precisamente no dia 13 de junho de 1645, no engenho São João da Várzea. A senha era a palavra açúcar. O movimento objetivava o fim do Brasil Holandês, consequentemente restituir a coroa portuguesa das capitanias do norte.

“Foi a Guerra da Liberdade Divina, como fora definida a Insurreição Pernambucana, eclodida em 1645, um movimento surgido a revelia da Coroa Portuguesa, da parte dos moradores de Pernambuco, destinado a expulsão dos holandeses do território compreendido entre o Rio São Francisco e a capitania do Maranhão”. (SILVA, p. 26)

“Antes dos Guararapes, os nascidos no Brasil mesmo quando filhos de portugueses eram simplesmente chamados de mazombos. O gentílico brasileiro, do qual tanto nos orgulhamos, é fruto desses nossos ancestrais que, a custa do seu sangue de suas vidas e suas fazendas, lançaram as sementes da nossa nacionalidade”. (SILVA, p. 26)

“Foi no calor da “guerra brasílica”, assim chamada para denominar a ampla utilização dos métodos e táticas de guerrilhas até então desconhecidos dos exércitos europeus que pela primeira vês mazombos e reinóis, índios brasilianos, negros de nação, crioulos e mulatos, formaram os seus terços e juntos lutaram pela restauração desta terra”. (SILVA, p. 26)

Em 1645 Fernandes Vieira da início a obras do novo forte denominado Forte Real do Bom Jesus. Em 7 de outubro d 1645 João Fernandes Vieira é aclamado “Governador da Liberdade”. No documento firmado constam de 133 nomes de moradores de Pernambuco entre senhores de engenho, clero, milícia e agricultores.

O governador Geral do Brasil, Antônio Teles da Silva enviava reforços da Bahia.

"Há um ponto muito importante a acentuar: é que a revolta contra o domínio holandês teve a justificativa religiosa, como disse Vieira –'a guerra se fazia pela honra de Deus e defesa da fé católica'". (p. 19, Santiago).  (PEREIRA, 1995) 

Os holandeses passaram a ficar sitiados no Recife, chegando a passar privações. Receberam reforços em 22 de junho de 1646. Animados mandaram cunhar duas moedas comemorativas, as primeiras que se tem notícia no Brasil.

“Reunidas as forças luso-brasileiras, formadas pelos terços de Vieira, André Vidal de Negreiros, os índios de D. Antonio Filipe Camarão, e os negros de Henrique Dias, os luso-brasileiros foram a luta contra as tropas holandesas. Seguiram-se as vitórias dos nossos em Tabocas e Casa Forte respectivamente a 3 e 17 de agosto de 1645, epopeia depois coroada nas duas batalhas dos Montes Guararapes, 1648 e 1649, antecedendo a rendição do Recife em 27 de janeiro de 1654”. (DP, 2003, D5)

Nos anos seguintes os luso-brasileiros continuaram em vantagem e reconquistaram as vilas de Penedo e Porto Calvo, seguida de Itamaracá deixando os holandeses sitiados no Forte Orange. Em 1647 o rei de Portugal envia para Pernambuco Francisco Barreto de Menezes para assumir o comando dos insurretos.

Foram sob o comando de Francisco Barreto que os luso-brasileiros derrotaram as duas tentativas dos holandeses de furar o cerco, encurralados nas duas Batalhas dos Guararapes em 1648 e 1649 respectivamente, piorando muito a situação dos flamengos.

Contribui a colaboração de integrantes da frota anual da Companhia de Comércio do Brasil que chegou ao Recife em 20 de dezembro de 1653, ficando acertado com o comando da guerra que os mesmos fariam o bloqueio da costa do Recife e Olinda. A partir de então foram caindo uma a uma às bases holandesas até a rendição a as 11 horas da noite do dia 26 de janeiro na Campina da Taborda depois de transcorridas 62 horas de negociações. Na mesma noite houve a entrega das chaves da cidade a Barreto de Menezes.

Maquete do Forte das Cinco Pontas exposto no Museu da Cidade do Recife
Foto do acervo particular

Foto do acervo particular

Interior do Forte das Cinco Pontas
Foto do acervo particular

Com a capitulação foi entregues pelos holandeses além das praças do Recife e Maurícia, as de Itamaracá, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, rendição definida pelo Barão do Rio Branco “como a mais importante que registra a História Militar na América do Sul”.  (SILVA, p. 29)

 HOMENAGENS PÓSTUMAS

Litografia em rótulo de cigarros com os quatro heróis: Vidal de Negreiros, Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão. (WIKIPÉDIA)

Em 6 de agosto de 2012, a Lei Federal nº 12.701[7] determinou a inscrição dos nomes de André Vidal de Negreiros, Francisco Barreto de Menezes, João Fernandes Vieira, Henrique Dias, Antônio Filipe Camarão e Antônio Dias Cardoso no Livro de Heróis da Pátria (conhecido como "Livro de Aço"), depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, um cenotáfio que homenageia os heróis nacionais localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília(WIKIPÉDIA)


SALÃO GUARARAPES

O Salão Guararapes foi inaugurado em 1997 como um Espaço Cultural na Entrada Principal do Quartel-General do Exército, local de acesso a autoridades civis e militares, nacionais e estrangeiras, em visita à sede do Comando da Força Terrestre do Brasil.


Para tanto, este Salão apresenta diversos elementos representativos da história da Força Terrestre do Brasil, destacando-se o "Tapete Guararapes", o busto do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, o símbolo e o brasão de armas do Exército Brasileiro, a réplica da estátua de Nossa Senhora dos Prazeres, os quadros do artista e historiador militar Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia e a panóplia com as bandeiras históricas do Brasil, dentre outros itens.

TAPETE GUARARAPES

Este tapete, doado pela Fundação Habitacional do Exército para compor a decoração do Salão Guararapes, no Quartel-General do Exército, é uma reprodução da obra do pintor catarinense Victor Meireles, a qual representa um momento épico de nossa História: a Primeira Batalha dos Guararapes, ocorrida em 19 de abril de 1648, nos Montes Guararapes, próximo à cidade de Recife, Pernambuco, considerada o marco de criação do Exército Brasileiro.


Essa Batalha, ocorrida durante a "Insurreição Pernambucana", em 19 de abril de 1648, próximo à cidade de Recife, Pernambuco, é considerada o marco inicial do Exército Brasileiro. Naquela memoriável ocasião, nossas tropas, formadas por patriotas luso-brasileiros, negros e índios, venceram os invasores holandeses, muito superiores em número e armamento, forçando-os, posteriormente, a abandonar o Nordeste brasileiro.

Durante a Insurreição Pernambucana, com o “Compromisso Imortal de Ipojuca”, firmado em 23 de maio de 1645, pela primeira vez em nossa história se registrou o uso da palavra “Pátria” para referir-se a esta terra.

Armando Farias

AMORIM, J. Terto de (Org.). O Siara na rota dos neerlandeses. Utrecht/Fortaleza: Augusto César Barbosa, 2014.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Os Holandeses em Pernambuco: a civilização do açúcar. Recife, D2, D5, 21 jul.2003.
PEREIRA, Ruy dos Santos. Sobre a invasão holandesa. Jornal do Comércio, 11/6/1995.
SILVA, Leonardo Dantas. Para Entender o Brasil holandês. Revista Continente Documento. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, v. 1, n. 1, 2002.