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ሐሙስ 18 ፌብሩዋሪ 2021

PENSATA: A História não pode ser apagada

Monumento em homenagem a Matias Beck

Monumento a Matias Beck, na praça do Clube Náutico, em Fortaleza. 
Hoje já não se encontra no local, e não se tem conhecimento onde possa estar.
Foto do acervo particular

Diante da fotografia do monumento escultórico desaparecido há décadas em Fortaleza que homenageava a Matias Beck, fica a indagação, autoridades podem apagar a História?

Infelizmente faltam informações sobre esse monumento tais como; quem idealizou? Quem patrocinou sua confecção? Qual gestão viabilizou sua instalação? Qual artista de fato o produziu? E finalmente o que foi feito de tão simbólica memória de nossa cidade?

As gerações mais recentes não coexistiram com o monumento que fora implantado na pracinha defronte ao Náutico Atlética Cearense. As mais velhas pouco se lembram de tão simplória homenagem. Nada impedia que nossa população convivesse pacificamente com esse marco histórico, hoje desaparecido.

O que temos hoje, se deparando com a documentação que chegou a nossos dias depreende-se do fragmentado diário de Beck, é que a quarta expedição às terras cearenses no século XVII tratou-se da maior e mais organizada empreendida até então. Liderados por Matias Beck aportaram nas encostas do Mucuripe em abril de 1649.  Foi criterioso o projeto, implantação e construção do antigo Forte de Schoonenborch pelos flamengos no monte ou duna chamado “Marajaitiba”. Segundo documentos chegou a ser ampliado.

Não se pode afirmar que tal expedição não tivesse entre seu objetivo o de fundar um núcleo urbano, isso poderia ocorrer como uma consequência natural dessa empresa. Vencidos os flamengos em Pernambuco em 1654, após cinco anos deixam pacificamente a capitania. A mesma fortificação é imediatamente tomada pelas tropas lusas que o ocuparam e rebatizam. “O Schoonenborch foi levantado por Matias Beck a margem esquerda do riacho Pajeú em 1649, e não sofreu qualquer solução de continuidade em sua existência, sendo ocupado pacificamente pelos portugueses em 1654, após a rendição holandesa na Campina do Taborda, ocasião em que ganhou a denominação de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção”. p.73

Há aqui uma plena continuidade de uma praça fortificada com habitações indígenas em seu entorno que muito lentamente evolui a ponto de décadas depois fazer-se vila. É importante ressaltar que essa fortificação tornou-se o motivo pelo qual esse incipiente núcleo cresceu, inclusive abrigando um contingente populacional da vizinha Aquiraz acossadas por ataques dos aborígenes em 1713.   

Desprezando a enfadonha definição de criação de cidade e vila e as probabilidades de suas respectivas fundações, pode-se sim atribuir a Matias Beck os primórdios do futuro aglomerado urbano que hoje é Fortaleza. Seu diário não deixa dúvidas das possibilidades favoráveis existentes nas proximidades do forte.

Não há necessidade de oficialmente considera-lo o fundador de Fortaleza, há necessidade de reconhecer sua primazia, seu pioneirismo e empreendedorismo. A população, estudantes e turistas merecem deter essa informação para livremente poder formar conjecturas e o cruzamento com outros fatos históricos que estão diretamente ligados a esse evento.

Hoje não há nada em Fortaleza que rememore Matias Beck. Raimundo Girão ousou propor por em uma avenida o nome do “Experimentado Aventureiro, preposto da Companhia”, o que lhe custou o cargo de Secretário de Urbanismo na gestão do então prefeito Manuel Cordeiro Neto. Fica a ideia, homenageemos nossos precursores, isso é História.

Armando Farias

AMORIM, J. Terto de (Org.). O Siara na rota dos neerlandeses. Utrecht/Fortaleza: Augusto César Barbosa, 2014.

 

ረቡዕ 10 ፌብሩዋሪ 2021

OS HOLANDESES NO NORDESTE E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O BRASIL

O açúcar, e não a esperança de encontrar minas foi a motivação ao ataque a Pernambuco, que como as demais colônias portuguesas se encontrava à época sob o domínio da Espanha, em guerra com a Holanda, que refinava todo o açúcar produzido no Brasil

Desde a formação da Companhia das Índias Ocidentais (1621), passando pela invasão em Salvador (1624/1625), Pernambuco (1630) e a Guerra da Restauração (1645/1654), vê-se um dos capítulos mais importantes e ricos em acervo documental da historiografia brasileira na primeira metade do século XVII.

Há relatos documentais a partir de 1623 que vinham sendo reunidos na Holanda sobre dados e informações sobre a Capitania de Pernambuco. São depoimentos de vários navegantes holandeses, índios levados por Boudewyn Hendriksz para a Holanda e na colaboração de judeus comerciantes que moravam em Pernambuco na remessa de informações para a Holanda. Grande também é a documentação produzida pelos holandeses durante os 24 anos de dominação do Brasil Holandês. Essa produção continuou ocorrendo no editorial europeu mesmo após o fim da ocupação dos Países Baixos no Brasil.

A produção historiográfica brasileira no tema é razoável. Esse conteúdo é regularmente exposto e prestigiado apenas em Pernambuco, ficando os demais estados do Nordeste que pertenceram aos domínios dos Países Baixos distantes desses fatos. Em nível nacional é insignificante a importância dada pela historiografia (IHGB). Facilmente constata-se nos livros didáticos que apenas superficialmente expõe o conteúdo sobre o domínio holandês. Da mesma forma a imprensa de forma geral procede.

Para além do acervo documental, o que de mais importante se pode ressaltar como consequência positiva para o Brasil do período Holandês no Nordeste:

  • a fundação da cidade do Recife;
  • o embrião de Fortaleza;
  • o sentimento do nativismo. (Os primórdios da formação do conceito de identidade de povo brasileiro);
  • destaca-se a formação de exercito brasileiro.

A FUNDAÇÃO DA CIDADE DO RECIFE

Até a chegada de Nassau a Pernambuco (1637), na povoação do arrecife era apenas o porto e suas instalações, assentadas no estreito istmo, que com a chegada da Companhia das Índias (1630) passou a abrigar um continente habitacional maior que a capacidade dos imóveis oferecia. A capital da capitania era Olinda.

Nassau assume o comando do Brasil Holandês com o cargo de governador geral. Aporta no Recife em 23 de janeiro de 1637 e trás em sua comitiva soldados e a primeira missão científica a cruzar a linha do equador, fato que propiciou “o mais completo levantamento artístico, paisagístico, cartográfico e científico desta parte do Novo Mundo no século XVII”. (DP, 2003, D2)

Para sanar o problema habitacional Nassau viabiliza projetos arquitetônicos para a construção, urbanização e ocupação da Ilha de Antônio Vaz que seria a Cidade Maurícia, oficializada em 17 de dezembro de 1639. As construções mais vultosas foram o Palácio de Friburgo ou Palácio das Torres, a Casa da Boa Vista e a construção de três pontes, as primeiras de grandes dimensões do Brasil. Tantas outras obras ainda nos dias atuais podem ser identificados seus vestígios. Acabava de nascer O RECIFE.

Estátua em meio corpo do conde alemão João Maurício de Nassau-Siegen
Estátua em meio corpo do conde alemão João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), governador do Brasil Holandês (1637–1644), situada na praça da República, em Recife (PE), em frente ao Palácio do Governo, inaugurada em 17 de junho de 2004, por ocasião do quarto centenário de seu nascimento 1604-1679. O monumento em bronze foi doação da República Federal da Alemanha ao povo de Pernambuco. Trata-se de réplica da escultura original, produzida por Bartholomeu Eggers (c.1630-1692) no ano de 1664, e que atualmente se encontra sob o túmulo de João Maurício de Nassau na cidade alemã de Siegen. 
Foto do acervo particular

O EMBRIÃO DE FORTALEZA

Com a implantação do primeiro Fortim de São Tiago na Barra do Rio Ceará por Pero Coelho de Sousa e sua continuidade em 1612 sob o comando de Martin Soares Moreno, redenominado Forte de São Sebastião existiu a vontade do colonizador português em criar um núcleo civilizatório na Capitania do Siará Grande até então despovoada do elemento europeu. Com a saída de Moreno em 1631 outras autoridades portuguesas assumiram a titularidade do São Sebastião.

Em outubro de 1637 cai a frágil fortificação na mão dos batavos sob o comando do major Joris Garstman e do Capitão Hendrick Huss que receberam ajuda estratégia dos indígenas Potiguaras chefiados pelo Cacique Algodão e Koigava. Esse continente militar holandês permaneceu no Forte de São Sebastião, consta em documentação pertinente que reformaram, ampliaram e municiaram o reduto passando a chama-lo de Forte do Siará (Arx in Siará).

Os objetivos da ocupação era manter um entreposto entre o Rio Grande do Norte e o Maranhão, capitania ambicionada pelos batavos. Havia também a extração do sal, que tinha elevado valor no mercado europeu, e o extrativismo e exportação do algodão, pau violeta e âmbar-grils. Durante o comando de Gedeon Morris de Jonge revelou-se ele um apaixonado pelas terras cearenses e como tal tentou promover seu desenvolvimento. Explorou áreas de salinas desde o Camocim até Mossoró, região que por muito tempo pertenceu a Capitania do Siará. Gedeon também introduziu o cultivo de vários vegetais nos arredores da fortificação. Fontes da época e historiadores modernos referem-se a Gedeon como ‘aventureiro” ou homem dotado de “muitas qualidades”. Era natural da Zelândia – Holanda. Na sua documentação pessoal percebe-se que passou cerca de oito anos prisioneiro nas terras do Maranhão (1628/1636), período que aprendeu a falar o português e a linguagem indígena.

O ambicioso projeto de desenvolver a exploração das salinas e exportação do sal fracassou diante dos poucos recursos disponibilizados pela Companhia WIC e pela malograda conquista do Maranhão (1641/1643) que ocasionou muitas dívidas e baixas no contingente de soldados e indígenas aliados. Em janeiro de 1644 Gedeon e toda guarnição neerlandesa do Siará foram trucidados por índios revoltosos, que depois se descobriu terem agido com terrível brutalidade.

Até o final da primeira incursão holandesa na Capitania do Siará Grande temos um insistente conceito por parte do colonizador de fixar-se na Barra do Rio Ceará, que por várias razões se mostrava para a época um inapropriado local para implantação de um futuro aglomerado urbano. Voltou a Capitania do Siará Grande a relativo abandono.

Em 1645 voltaram os batavos ao Siará em breve missão comandada por Roeloff Baro. Somente em 1649 é que a WIC envia Matias Beck ao Siará com o objetivo de localizar e explorar suposta mina de prata. A expedição partiu para o Siará em 20 de março, chegando ao Mucuripe a 3 de abril. Matias Beck rapidamente concluiu que a localização da antiga fortificação era inadequada. A água do Rio Ceará salobra, a barra assoreada e a distancia do “porto” eram fatores que o levaram a escolher as margens do Rivierbeken Genaalmd Marajaitiba (Riacho Pajeú) e do Bergh Marajaitiba (Morro do Pajeú) para instalar seu novo forte, denominado Schonenborch. Beck reforça sua escolha relatando em cartas aos superiores o cuidado com a defesa e que desde as encostas do morro do forte até as serras existiam grandes bosques e um grande estoque de madeira in natura. O fracasso das minas de prata relatadas pelos índios levou Beck a aproveitar os diversos recursos naturais e humanos da região propiciando a construção de um posto colonial. Acreditando no sucesso de sua empresa Beck chegou a escrever para Pernambuco solicitando a vinda de sua esposa. Não há comprovação se de fato ela veio.

Matias Beck aceitou a capitulação dos neerlandeses a 1 de maio de 1654, passando a administração da Capitania do Siará Grande ao português Álvaro de Azevedo Barreto. Sem saber do seu grande feito havia deixado como legado o embrião da futura cidade de Fortaleza.

Forte Schonenborch
Forte Schoonenborch, Riacho Pajeú e o Morro Marajataiba - 
detalhe do mapa: 't Forte Schoonenborch - Capitania de Siara
Amorim (2014, p. 69)


O Sentimento do Nativismo. (Os primórdios da formação do conceito de identidade de povo brasileiro).

Durante os primeiros anos que os holandeses estiveram no Nordeste do Brasil existiam capitanias autônomas, a despeito de haver um governo central não havia uma unidade como nação. Uma referencia anterior, análoga a esse movimento foi a participação do olindense Jerônimo de Albuquerque deslocado para o Maranhão para debelar os franceses, convocado na qualidade de militar. Martim Soares Moreno atuou como seu comandado. Não houve o engajamento de civis até porque a população de São Luiz era diminuta.

Um sentimento de nação começa a despertar em Pernambuco durante o período chamado de Guerra da Resistência (1630/1635). O general Matias de Albuquerque acompanhado de centenas de “pernambucanos” fundou a improvisada fortificação do Arraial do Bom Jesus (hoje Bairro de Casa Amarela) resistindo bravamente por cinco anos aos poderosos exércitos holandeses.

“Ao Arraial do Bom Jesus compareceram com seus comandados Luiz Barbalho e Martins Soares Moreno, Filipe Camarão com seus índios e Henrique Dias com seus negros, resolutos em manter uma guerra diuturna que veio a incutir na gente de Pernambuco o sentimento do nativismo”. (DP, 2003, D2) Diante de tremendos padecimentos, rendeu-se o Arraial sob o comando do Governador André Marim e seus capitães em 6 de junho de 1635.

Destaca-se a Formação do Exercito Brasileiro.

Passados dez anos da rendição do Arraial do Bom Jesus, voltam os pernambucanos a perseguir o ideal libertário. Liderados por João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros teve adesão de senhores de engenho, entre eles Antônio Cavalcanti e o Capitão Antonio Dias Cardoso, veterano em técnicas de guerrilha, e da população civil em geral. Eclodiu o movimento chamado Insurreição Pernambucana, mais precisamente no dia 13 de junho de 1645, no engenho São João da Várzea. A senha era a palavra açúcar. O movimento objetivava o fim do Brasil Holandês, consequentemente restituir a coroa portuguesa das capitanias do norte.

“Foi a Guerra da Liberdade Divina, como fora definida a Insurreição Pernambucana, eclodida em 1645, um movimento surgido a revelia da Coroa Portuguesa, da parte dos moradores de Pernambuco, destinado a expulsão dos holandeses do território compreendido entre o Rio São Francisco e a capitania do Maranhão”. (SILVA, p. 26)

“Antes dos Guararapes, os nascidos no Brasil mesmo quando filhos de portugueses eram simplesmente chamados de mazombos. O gentílico brasileiro, do qual tanto nos orgulhamos, é fruto desses nossos ancestrais que, a custa do seu sangue de suas vidas e suas fazendas, lançaram as sementes da nossa nacionalidade”. (SILVA, p. 26)

“Foi no calor da “guerra brasílica”, assim chamada para denominar a ampla utilização dos métodos e táticas de guerrilhas até então desconhecidos dos exércitos europeus que pela primeira vês mazombos e reinóis, índios brasilianos, negros de nação, crioulos e mulatos, formaram os seus terços e juntos lutaram pela restauração desta terra”. (SILVA, p. 26)

Em 1645 Fernandes Vieira da início a obras do novo forte denominado Forte Real do Bom Jesus. Em 7 de outubro d 1645 João Fernandes Vieira é aclamado “Governador da Liberdade”. No documento firmado constam de 133 nomes de moradores de Pernambuco entre senhores de engenho, clero, milícia e agricultores.

O governador Geral do Brasil, Antônio Teles da Silva enviava reforços da Bahia.

"Há um ponto muito importante a acentuar: é que a revolta contra o domínio holandês teve a justificativa religiosa, como disse Vieira –'a guerra se fazia pela honra de Deus e defesa da fé católica'". (p. 19, Santiago).  (PEREIRA, 1995) 

Os holandeses passaram a ficar sitiados no Recife, chegando a passar privações. Receberam reforços em 22 de junho de 1646. Animados mandaram cunhar duas moedas comemorativas, as primeiras que se tem notícia no Brasil.

“Reunidas as forças luso-brasileiras, formadas pelos terços de Vieira, André Vidal de Negreiros, os índios de D. Antonio Filipe Camarão, e os negros de Henrique Dias, os luso-brasileiros foram a luta contra as tropas holandesas. Seguiram-se as vitórias dos nossos em Tabocas e Casa Forte respectivamente a 3 e 17 de agosto de 1645, epopeia depois coroada nas duas batalhas dos Montes Guararapes, 1648 e 1649, antecedendo a rendição do Recife em 27 de janeiro de 1654”. (DP, 2003, D5)

Nos anos seguintes os luso-brasileiros continuaram em vantagem e reconquistaram as vilas de Penedo e Porto Calvo, seguida de Itamaracá deixando os holandeses sitiados no Forte Orange. Em 1647 o rei de Portugal envia para Pernambuco Francisco Barreto de Menezes para assumir o comando dos insurretos.

Foram sob o comando de Francisco Barreto que os luso-brasileiros derrotaram as duas tentativas dos holandeses de furar o cerco, encurralados nas duas Batalhas dos Guararapes em 1648 e 1649 respectivamente, piorando muito a situação dos flamengos.

Contribui a colaboração de integrantes da frota anual da Companhia de Comércio do Brasil que chegou ao Recife em 20 de dezembro de 1653, ficando acertado com o comando da guerra que os mesmos fariam o bloqueio da costa do Recife e Olinda. A partir de então foram caindo uma a uma às bases holandesas até a rendição a as 11 horas da noite do dia 26 de janeiro na Campina da Taborda depois de transcorridas 62 horas de negociações. Na mesma noite houve a entrega das chaves da cidade a Barreto de Menezes.

Maquete do Forte das Cinco Pontas exposto no Museu da Cidade do Recife
Foto do acervo particular

Foto do acervo particular

Interior do Forte das Cinco Pontas
Foto do acervo particular

Com a capitulação foi entregues pelos holandeses além das praças do Recife e Maurícia, as de Itamaracá, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, rendição definida pelo Barão do Rio Branco “como a mais importante que registra a História Militar na América do Sul”.  (SILVA, p. 29)

 HOMENAGENS PÓSTUMAS

Litografia em rótulo de cigarros com os quatro heróis: Vidal de Negreiros, Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão. (WIKIPÉDIA)

Em 6 de agosto de 2012, a Lei Federal nº 12.701[7] determinou a inscrição dos nomes de André Vidal de Negreiros, Francisco Barreto de Menezes, João Fernandes Vieira, Henrique Dias, Antônio Filipe Camarão e Antônio Dias Cardoso no Livro de Heróis da Pátria (conhecido como "Livro de Aço"), depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, um cenotáfio que homenageia os heróis nacionais localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília(WIKIPÉDIA)


SALÃO GUARARAPES

O Salão Guararapes foi inaugurado em 1997 como um Espaço Cultural na Entrada Principal do Quartel-General do Exército, local de acesso a autoridades civis e militares, nacionais e estrangeiras, em visita à sede do Comando da Força Terrestre do Brasil.


Para tanto, este Salão apresenta diversos elementos representativos da história da Força Terrestre do Brasil, destacando-se o "Tapete Guararapes", o busto do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, o símbolo e o brasão de armas do Exército Brasileiro, a réplica da estátua de Nossa Senhora dos Prazeres, os quadros do artista e historiador militar Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia e a panóplia com as bandeiras históricas do Brasil, dentre outros itens.

TAPETE GUARARAPES

Este tapete, doado pela Fundação Habitacional do Exército para compor a decoração do Salão Guararapes, no Quartel-General do Exército, é uma reprodução da obra do pintor catarinense Victor Meireles, a qual representa um momento épico de nossa História: a Primeira Batalha dos Guararapes, ocorrida em 19 de abril de 1648, nos Montes Guararapes, próximo à cidade de Recife, Pernambuco, considerada o marco de criação do Exército Brasileiro.


Essa Batalha, ocorrida durante a "Insurreição Pernambucana", em 19 de abril de 1648, próximo à cidade de Recife, Pernambuco, é considerada o marco inicial do Exército Brasileiro. Naquela memoriável ocasião, nossas tropas, formadas por patriotas luso-brasileiros, negros e índios, venceram os invasores holandeses, muito superiores em número e armamento, forçando-os, posteriormente, a abandonar o Nordeste brasileiro.

Durante a Insurreição Pernambucana, com o “Compromisso Imortal de Ipojuca”, firmado em 23 de maio de 1645, pela primeira vez em nossa história se registrou o uso da palavra “Pátria” para referir-se a esta terra.

Armando Farias

AMORIM, J. Terto de (Org.). O Siara na rota dos neerlandeses. Utrecht/Fortaleza: Augusto César Barbosa, 2014.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Os Holandeses em Pernambuco: a civilização do açúcar. Recife, D2, D5, 21 jul.2003.
PEREIRA, Ruy dos Santos. Sobre a invasão holandesa. Jornal do Comércio, 11/6/1995.
SILVA, Leonardo Dantas. Para Entender o Brasil holandês. Revista Continente Documento. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, v. 1, n. 1, 2002.