No dia do aniversário de Fortaleza o blog Capitania Siará Grande dedica mais um espaço para mostrar a cidade com suas modificações ao longo das décadas. Referência histórica, arquitetônica e sociológica.
Três fotografias de épocas diferentes nos mostram mudança significativa.
A mais antiga está sem data, em uma análise do documento em si podemos atribuir início dos anos de 1910. A imagem dos trechos iniciais da então Rua Formosa (Barão do Rio Branco) foi capturada dos altos do Palacete Guarani que fora inaugurado em 1908. O transporte predominantemente era de tração animal, e vê-se os trilhos dos bondes que se utilizavam desse modal desativado em 1913, quando foram substituídos pelos bondes elétricos.
Rua Formosa (atual Rua Barão do Rio Branco)
Acervo particular
Rua Barão do Rio Branco - atualidade
Acervo particular
A segunda traz a data de 1931. Temos a Praça do Ferreira ainda com os vestígios da Belle Époque em seu coreto ornamentado e o quarteirão do prédio da antiga Intendência incorrupto, hoje desaparecido. Esse edifício fora o primeiro de dois pavimentos construído em Fortaleza em 1825, lembrando a antiga crendice popular da época que repetia a censo comum que o solo arenoso de Fortaleza não suportava construções além do pavimento térreo.
Praça do Ferreira
Acervo particular
Praça do Ferreira - atualidade
Acervo particular
A ultima foto é de 1970 nos revela o segundo endereço da fonte dos “cavalinhos”. Como manda a tradição tudo em Fortaleza tem que ser mudado. A fonte que fora comprada na Europa para ornamentar a Praça da Lagoinha (Jardim Comendador Teodorico) foi relocada para o Benfica (foto). Anos depois foi retirada, passou mais de uma década recolhida até ressurgir na Praça Murilo Borges, seu atual endereço.
Fonte dos cavalinhos e Escola de Engenharia UFC
Acervo particular
As intervensões na malha urbana nem sempre são positivas. A dinâmica é uma característica das cidades, porém certas modificações, ou modificações constantes e radicais podem levar uma cidade e seus habitantes a uma perca de memória. A maneira contemporânea de rever espaços vazios ou decadentes nada mais é que a revitalização, ação que vem ocorrendo em vários países e cidades do Brasil evita o apagamento total de um passado que muito interessa a todos os cidadãos.
Viva Fortaleza!
Armando Farias
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