Capitania Siará Grande é um blog destinado à divulgação de fatos pitorescos da história do Ceará.
ቅዳሜ 29 ሜይ 2021
OUTROS HERÓIS DA ABOLIÇÃO: JOSÉ MARIANO E OLEGÁRIA
ሐሙስ 13 ሜይ 2021
13 DE MAIO
GOUVÊA, Fernando da Cruz. Abolição: a liberdade veio do Norte. Recife: Fundação Joaquim Nabuco; Editora Massangana, 1988.
ሐሙስ 6 ሜይ 2021
13 DE MAIO. ALGUNS ANTECEDENTES
Em meio a essa “ebulição” ocorre a terceira viagem de Pedro II a Europa no ano de 1887 com propósito de tratar da saúde, bastante abalada. Assume a Regência a Princesa Imperial já imbuída do propósito de conduzir a causa da abolição ao seu desfecho final. Isabel depara-se com o Barão de Cotegipe na presidência do Conselho. Cotegipe era natural da Bahia e fazia parte da política da velha guarda, considerado um dos principais estadistas do Segundo Reinado pelo Partido Conservador.
ረቡዕ 21 ኤፕሪል 2021
ANIVERSÁRIO DE FORTALEZA, HOMENAGENS PROSSEGUEM EM ABRIL
ሰኞ 12 ኤፕሪል 2021
ANIVERSÁRIO DE FORTALEZA HOJE
ሐሙስ 8 ኤፕሪል 2021
ANIVERSÁRIO DE FORTALEZA (2021)
ረቡዕ 24 ማርች 2021
25 DE MARÇO: ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO CEARÁ
ሐሙስ 18 ማርች 2021
DIA DE SÃO JOSÉ NO CEARÁ
Quando dos primeiros dias da Vila, como os habitantes somente dispunham da capela da Fortaleza para assistir aos ofícios religiosos, as mulheres muitas vezes se sentiam constrangidas pela importunação dos soldados. A fim de contornar a situação desagradável e para geral alívio dos aborrecimentos, foi erguida uma Igrejinha no exterior do quartel, em suas proximidades, dedicada a São José. A população logo demonstrou simpatia pela nova capela e por seu orago, cuja devoção fortaleceu-se com o estabelecimento de correlações entre o dia da festa do santo e a confirmação do inverno ou da deflagração de uma seca. Transcorrido o tempo, a pequena igreja de São José, demolida, reconstruída e aumentada mais de uma vez, tornou-se matriz da Vila, transformando-se, por fim, na atual Catedral Metropolitana fortalezense.
Nota: Para atender às determinações legais e criar instrumentos adequados ao reconhecimento e à preservação desses bens imateriais, o Iphan coordenou os estudos que resultaram na edição do Decreto nº. 3.551, de 4 de agosto de 2000 - que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) - e consolidou o Inventário Nacional de Referências Culturais (INCR). (IPHAN, online).
Armando Farias
ሐሙስ 11 ማርች 2021
ANIVERSÁRIO DO RECIFE E DE OLINDA
Com a permissão da Deusa Clio, empanando a História, evocando a prosa e poesia a espraiar-se, e erguendo-se exaltar suas belezas, riquezas e grandezas. Olinda, Recife.
እሑድ 7 ማርች 2021
DIA INTERNACIONAL DA MULHER – BEATRIZ DE ALBUQUERQUE A PRIMEIRA GOVERNANTE DAS AMÉRICAS
Foram inúmeras as mulheres que fizeram História no Nordeste do Brasil. Falar de todas seria tarefa impossível. Assim optei por citar apenas uma, porém emblemática. Beatriz (Brites na grafia da época) de Albuquerque.
Dona Brites de Albuquerque era uma nobre portuguesa, esposa do primeiro donatário de Pernambuco, Duarte Coelho e filha de Dona Joana de Bulhões e Lopo de Albuquerque, Conde de Penamacor. Por ter assumido o governo da capitania por mais de uma vês é reconhecida como a primeira governante das Américas.
Brites de Albuquerque nasceu em Portugal em 1517, portanto chegou bem jovem ao Brasil. Beatriz fazia parte da poderosa Família dos Albuquerque, arrolados entre os “barões assinalados” do poema Os Lusíadas.
Brites de Albuquerque teve dois filhos, ambos nasceram em Olinda, Duarte Coelho de Albuquerque e Jorge de Albuquerque Coelho. Assumiu interinamente o governo da capitania de Pernambuco pela primeira vês quando o marido, Duarte Coelho foi envolvido em uma intriga e teve que viajar a Lisboa, ocasião que aproveitou para levar os filhos pequenos para completar os estudos no Reino.
Principiou-se esse mal entendido quando da criação do governo Geral do Brasil com sede em Salvador em 1549. Essa forma de governo fora criada pela coroa pelo fato de terem arruinado o sistema de capitanias, porém Pernambuco ficara de fora por ter tido pleno êxito. Administrativamente Olinda passou a ser assistida com uma Câmara Municipal, uma das primeiras criada no Brasil, o Senado de Olinda, informações que constam em carta datada de 15 de abril de 1548 de Duarte Coelho para o Rei Dom João III. Em 1554 Duarte Coelho viaja para Portugal para audiência com o rei, porém como já era idoso vem a falecer em Lisboa.
Com a morte do marido Dona Brites permanece como regente, ocupando o cargo com todas as honras e obrigações devidas, recebendo, inclusive o título de Capitoa. Brites permanece governando até a maioridade dos filhos. Estes regressaram de Portugal por volta de 1660, quando Duarte de Albuquerque assume como segundo donatário. Os dois filhos de Dona Brites tiveram que voltar a Portugal para serem incorporados a armada do rei Dom Sebastião em 1572, aonde feridos vieram a falecer.
Mais uma vez dona Brites assume o comando da capitania de Pernambuco permanecendo no cargo até a sua morte em 1584.
A revista do IAHGP, (Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de Pernambuco) ano 1947, transcreveu o registro da transmissão de poder do filho para a mãe:
“Passar cartas de ofícios e serventes deles e de confirmações, e de tudo o mais que ela vir que é necessário e que cumpra a governança da terra, e possa dar terras de sesmarias, e licenças para se fazer engenhos de águas, e trapiches, e marinhas de sal, e todos os engenhos que se houverem de fazerem toda essa capitania, conforme capítulo de doação...” (CAVALCANTI, 2012, p. 223)
Diante de tão importantes fatos relacionados ao pioneirismo de Dona Brites fica o orgulho de nós nordestinos por termos acolhido em nossa região uma mulher admirável sob todos os aspectos de sua personalidade.
"Dona Beatriz é considerada pelos especialistas como uma das mais ilustres brasileiras, sendo que durante o seu governo, manteve a ordem e a paz da Capitania de Pernambuco, combatendo as insurreições indígenas, legislando e controlando os assuntos dos colonos e construindo e urbanizando núcleos, como Olinda, onde faleceu, provavelmente entre junho e outubro de 1584." (WIKIPÉDIA)
Armando Farias
CAVALCANTI, Carlos Bezerra. Olinda: um presente do passado. Olinda: 2012.
FREYRE, Gilberto. Olinda: 2º guia prático, histórico e sentimental de cidade brasileira. 3. ed. rev. atual. aum. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1960.
ዓርብ 5 ማርች 2021
A "PARTICIPAÇAO" do Ceará na REVOLUÇAO PERNAMBUCANA
Considerada por historiadores como o único movimento reacionário no Brasil colônia que se pode chamar revolução foi a Revolução Pernambucana ou “Revolução dos padres” que, de fato, trouxe a independência do país de Portugal.
Foi gestada no Seminário de Olinda por padres e seminaristas entre os quais o cearense subdiácono José Martiniano de Alencar. Também teve adesão de ricos comerciantes ligados a maçonaria e militares, ganhou a participação imediata do Rio Grande do Norte e Paraíba.
O Ceará não chegou de fato a aderir, pois o que seria seu representante, o seminarista e membro da Academia do Paraíso Martiniano de Alencar fora preso em sua terra natal logo que começara a divulgação dos ideais do movimento.
O estopim foi o motim de 6 de março de 1817 no Recife que culminou com o assassinato do comandante da guarda por um oficial. As causas principais que levaram ao movimento foi a insatisfação com as regalias das elites e com a elevação de impostos desde a chegada da família real portuguesa.
Após derrotarem as tropas de Portugal, os revoltosos formaram um governo provisório e difundiram as ideias em outras regiões do Brasil.
Na capitania do Siará foi sob as ordens do governador Francisco Sampaio que o coronel Alexandre Leite Chaves de Melo se aquartelou em Ruças com as forças de Linha, Milícias e até de índios auxiliares do seu comando de fronteira para combater os revoltosos. Dali partira toda a sua ação, prendendo posteriormente no Crato os padres Carlos de Alencar, José Martiniano, Tristão Gonçalves e Dona Bárbara de Alencar, todos engajados no movimento emancipado republicano. Segundo o Historiador Paulino Nogueira, presos, os três últimos foram trazidos para Fortaleza onde ficaram reclusos “em estreitíssimo e imundo calabouço no antigo quartel da 1* linha, entre a cadeia do crime e a fortaleza”. Dona Bárbara ocupou cela separada dos dois filhos que ficaram juntos. Posteriormente por ordem do governador Sampaio todos foram conduzidos a acomodações mais espaçosas e arejadas. Por fim os presos foram conduzidos à Bahia para julgamento.
Em 19 de maio de 1817 o governo provisório da República de Pernambuco apresenta sua capitulação perante o comando da esquadra que havia sitiado o porto do Recife.
Pernambuco teve por castigo imposto por Dom Joao VI a perca territorial referente ao hoje estado de Alagoas onde alguns senhores de engenho não aderiram ao movimento, território então de Pernambuco, passando a constituir uma capitania autônoma.
Armando Farias
BARROSO, Gustavo. À margem da história do Ceará. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1962.
ረቡዕ 24 ፌብሩዋሪ 2021
VIÇOSA DO CEARÁ Monumento Nacional
Em agosto de 2003, o Sítio Histórico de Viçosa do Ceará passou a ser considerado patrimônio nacional. Isso significa o reconhecimento do valor da nossa cidade para todo o país. Durante os séculos XVII E XVIII, a atividade missionária dos jesuítas tornou-se o principal fator para a ocupação e colonização daquelas terras tabajaras da Ibiapaba. Das dezenas de aldeias ali existentes quando da chagada do europeu, apenas duas não sucumbiram a sua ambição. Estas, dominadas pela primeira missão jesuítica para ali enviada, constituíram a formação de uma aldeia-mãe, fundamental para a expansão do projeto colonial lusitano. Assim prefixou-se a célebre Aldeia da Ibiapaba, onde conviveram, por cerca de um século, mais de 6.000 índios, um dos maiores continentes indígenas da América Latina.
Ibiapaba, serra talhada, na linguagem indígena, foi o sítio onde originou-se a cidade de Viçosa do Ceará, primitivamente a Aldeia de Nossa Senhora da Assunção. Situada em local estratégico, na divisa entre duas zonas administrativas do Brasil-colônia e relativamente próxima do mar, Viçosa configurou-se num importante entreposto comercial e de comunicação, tendo por isso grande importância aos olhos portugueses. Dessa forma, a cidade contribuiu para a conquista e o povoamento do Nordeste brasileiro.
As ruas de Viçosa do Ceará, seu casario, sua igreja matriz e tantas outras edificações que permaneceram, contam melhor do que ninguém como era essa época e como viviam as gerações passadas. Para o país, Viçosa é um exemplo muito importante desse período, que só chegou aos nossos dias porque a cidade foi preservada.
Você já parou para pensar no que isso significa? Qual a importância de tudo isso para nossa cidade? Por que é preciso preservar o patrimônio cultural de Viçosa do Ceará para as futuras gerações? É sobre isso que queremos conversar com você. (PAIVA, 2004, p. 05)
Vista do Theatro Pedo II - Desenho de Domingos Linheiro, 1999. (PAIVA, 2004, p.12-13)
PAIVA, Olga Gomes (coord.); LINHEIRO, Domingos Cruz; DUARTE JR., Romeu. Viçosa do Ceará: roteiro para a preservação do Patrimônio Cultural. Fortaleza: IPHAN 2004.
ማክሰኞ 23 ፌብሩዋሪ 2021
Padre Antonio Vieira no Ceará
Muito se lê acerca dos dois períodos em que o Padre Antonio Vieira esteve em missão no Brasil, Maranhão e Grão Pará, (1653) e (1654/1661). Sobre o ano que esteve no Ceará mais precisamente na Serra da Ibiapaba quase nada. Gustavo Barroso dedica um capítulo do seu livro À Margem da História do Ceará (p. 36) ao “insigne jesuíta”.
Vieira foi deveras perseguido por combater a escravidão indígena chegando ao ponto de ter que regressar a Portugal. Retornou ao Brasil “armado com poderes extraordinários” dados por sua majestade Dom João IV que o nomeou Pregador Régio para dar continuidade a sua missão.
Foi nessa segunda permanência no Brasil que perdurou por seis anos e meio (maio de 1654 até fins de 1661), que Vieira em sua derradeira missão se deslocou para o Siará. O Padre Antonio Vieira partiu de São Luis para a Ibiapaba em 3 de março de 1660 acompanhado de dois jesuítas, Dom Jorge e o Padre Gonçalo de Veras e aproximadamente 50 índios pacíficos. Percorreu 600 léguas do Tapajós a Ibiapaba intercalando jornadas a pé e embarcado, costeando o litoral alguns dias, terminou a travessia por terra. Chegaram descalços, com os pés em chagas após 21 dias de jornada.
Chegaram na serra na quarta-feira de treva da semana santa que logo seguiu-se uma celebração, bem como em todos os dias da semana maior. Foi eleito padroeiro da missão da serra São Francisco Xavier, que teve sua imagem introduzida no altar da igreja.
João Francisco Lisboa anota o quão era difícil essa travessia do Maranhão para o Ceará, “senão como coisa impossível, ao menos como dificultosíssima”.
Vieira otimizou o percurso de viagem fazendo um reconhecimento do relevo, vegetação e hidrografia da região. Levantou 16 igrejas ao longo desse trajeto, produziu vários compêndios em sete idiomas indígenas e em português entre formulários e catecismos. Pacificou, converteu e civilizou diversas nações indígenas.
Chegando à Ibiapaba Vieira fixou-se na aldeia de Viçosa hospedando-se no sítio da Companhia, o Tiaia, de que nos dá notícia Milliet de Saint Adolphe. Barroso assinala que são escassos os pormenores desse período.
Vieira nomeou “um superintendente índio que vigiasse a sua observância, ao qual intitulou Braço-dos-Prades”. Vieira de pronto realizou muitos prodígios entre os gentios, como batizados, casamentos e pacificação em geral.
Após a passagem de Vieira pela aldeamento de Viçosa, essa foi oficializada aldeia em 1700, depois se fez vila e finalmente cidade. Quase nada material ficou de testemunho dessa missão. Barroso nos informa “uma relíquia preciosa e gloriosa: a singela cadeira de braços seiscentista, de couro pregueado, em que ele costumava sentar-se e que, certamente, amarrada a dois varais, servia para transporta-lo, carregada pelos índios sob as ordens do Braço-dos-Padres”. “Durante séculos conservou-se guardada na capela de Nossa Senhora da Assunção, onde a vi na ultima vez em que estive em Viçosa, no ano de 1937. Dali transferiram para o rico e admirável Museu Diocesano de Sobral, criação do venerável e erudito bispo-conde d. José Tupinambá da Frota. Nele encontrei e fiz fotografar em 1955”.
Segue trecho da descrição poética de Vieira sobre a serra. “Ibiapaba, explica em carta, na linguagem dos naturais que dizer serra talhada, não é só uma serra como vulgarmente se chama, senão muitas, que se levantam ao sertão das praias de Camuci; e mais parecidas a ondas do mar alterado, que a montes, se vão sucedendo e encapelando umas após das outras, em distancia de mais de 40 léguas. São todas formadas de um só duríssimo rochedo; em partes escavado e medonho; em outras coberto de verdura e terra lavrada, como se a natureza retratasse nesses negros penhascos a condição de seus habitantes; que, sendo sempre duros como de pedra, às vezes dão esperanças, e se deixam cultivar. Da altura dessas serras não se pode dizer coisa certa, mais que são altíssimas, e que se sobem as que o permitem, com maior trabalho da respiração, que dos mesmos pés e mãos, e que é forçoso usar em muitas partes. Mas depois que se chega ao alto delas, pagam muito bem o trabalho da subida, mostrando aos olhos um dos mais formosos painéis, que por ventura pintou a natureza em outra parte do mundo; variando de motes, vales, rochedos, picos, bosques e campinas dilatadíssimas, e dos longes do mar no extremo dos horizontes...As águas são excelentes...” Sobretudo, olhando do alto para o fundo das serras, estão-se vendo as nuvens debaixo dos pés, que, como é coisa tão parecida ao céu, não só causam saudades, mas já parece que estão prometendo o mesmo que se vem buscar por êstes desertos. Os dias no povoado da serra são breves, porque às primeiras horas do sol cobrem-se com as névoas, que são contínuas, e muito espêssas. As últimas escondem-se antecipadamente nas sombras da serra, que para a parte do ocaso são mais vizinhas e levantadas. As noites, com ser tão dentro da Zona Tórrida, são frigidíssimas em todo o ano, e no inverno com tanto rigor, que igualam os grandes frios do Norte, e só se podem passar com a fogueira sempre ao lado.
Padre Antonio Vieira faleceu em Salvador, Bahia em 117 de junho de 1697.
Armando Farias
BARROSO, Gustavo. À margem da história do Ceará. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1962.