Como já mencionado, após a criação do sistema de capitanias para assegurar a posse portuguesa sobre o Brasil, a Capitania do Siará Grande permaneceu em relativo abandono até o início do século XVII (1603).
Parte desse desinteresse deu-se ao fato que o solo da chamada “costa Leste-Oeste” mostrava-se impróprio para a indústria açucareira, que movia a economia desse período. Contudo a costa cearense era visitada por flibusteiros à procura de recursos extrativistas, que propiciavam um lucro rápido no comércio europeu. Um maior continente e uma maior frequência de franceses nas imediações do litoral, levou Pernambuco a crer na existência de minerais na região. Esse fato motivou a vinda da primeira expedição exploradora chefiada por Pero Coelho de Sousa, que, para tanto, recebera o título de Capitão Mor.
Encontrava-se o território que compreende o atual Ceará habitado por tribos indígenas de diversas denominações. Estavam os vales cobertos por vegetação arbórea tais como o oitizeiro, jatobá e cedro. Nas áreas mais secas e tabuleiros encontrava-se em abundância, pau ferro, mulungus, jenipapeiros e cajueiros; nas várzeas, o carnaubal. Rios e lagoas também abundavam, visto que nas proximidades do litoral havia maior volume de chuvas.
A princípio a capitania do Siará Grande ficou vinculada ao Estado do Grão Pará e Maranhão, que eram administrativamente separados do Estado do Brasil. Isso se deu por conta das correntes oceânicas que propiciavam maior facilidade na comunicação de São Luis e Belém direto com Portugal. Posteriormente, a capitania do Siará foi transferida para a administração do Estado do Brasil, passando à condição de capitania subalterna aos governadores de Pernambuco.
Por Jhonatan Gomes Diniz - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0.
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Como se pode depreender, todo o contexto histórico do que hoje é o Nordeste se encontra interligado. Ao longo da exposição dos fatos históricos pode-se discorrer sobre o fato de alguns estados da região estarem menos desenvolvidos que outros, e mais ainda, os que estão em melhor situação deveriam estar equiparados aos mais desenvolvidos.
No caso específico do Ceará contamos ao longo dos séculos com a paixão e dedicação de homens e mulheres que através de suas mais variadas atuações alçaram uma inexpressiva capitania, que mais se assemelhava a um entreposto militar ao promissor Estado do Ceará.
Armando Farias
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