ማክሰኞ 7 ማርች 2023

DIA INTERNACIONAL DA MULHER – HEROINAS DE TEJUCUPAPO.

 

Um fato Histórico ligado à invasão holandesa no Nordeste traz a figura da mulher para o centro dos acontecimentos. Trata-se do que entrou para a História como a Batalha das Heroínas de Tejucupapo ocorrida em 3 de abril de 1646 no atual distrito de Tejucupapo localizado no município de Goiana a 63 quilômetros do Recife.

Acuados e com fome, os holandeses tentaram ocupar Tejucupapo, vinham da Ilha de Itamaracá. Escolheu um dia de domingo, estratégia foi pensada diante do fato do lugarejo está vulnerável, encontrando-se apenas mulheres e crianças. Tradicionalmente os homens escolhiam o domingo para comercializar seus produtos de pesca no Recife.

O major de milícia Agostinho Nunes de posse da informação que o exercito flamengo se aproximava repassou para nativos. De conhecimento da notícia quatro mulheres iniciaram e lideraram a reação. Eram elas, Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e Maria Joaquina.

A batalha se deu no alto de uma colina, de lá pode-se ver o caminho marítimo por onde os holandês tiveram acesso ao distrito, toda a extensão do litoral norte do Estado.

Os poucos homens que permaneceram agiram com armas de fogo por emboscada contra os holandeses. As mulheres puseram água para ferver, acrescentando pimenta em tachos e panelas de barro. Escondidas em trincheiras jamais esperada pelos holandeses. Os olhos dos inimigos eram o principal alvo, e a surpresa o melhor ataque. Um utensílio usado para a coleta de mariscos conhecido como chuço, paus e inchadas também foram utilizados. Eram aproximadamente 600 homens do exercito holandês, Depois de horas de lutas mais de 300 cadáveres ficaram espalhados pelo vilarejo, sobretudo flamengos que bateram em retirada,  as mulheres saíram vitoriosas.

No local que se deu a Batalha, o Monte das Trincheiras há hoje um obelisco, marco em referencia a data. Uma grande trincheira, provavelmente utilizada pelas heroínas, ainda persiste e pode ser observada. A pesquisa arqueológica permitiu a recuperação do perímetro do fosso e a identificação da localização da paliçada que o cercava.

Reportagem extraída do Jornal do Comércio - Caderno de Turismo p 3.

 

Na atualidade ocorre o Espetáculo A Batalha das Heroínas. A peça encenada todos os anos no distrito de Tejucupapo, Goiana-PE conta com um elenco de aproximadamente 150 pessoas – todas da comunidade.

Além da participação de possíveis descendentes dos resistentes do século XVII, o espectador tem o privilégio de conhecer a história no local onde o fato realmente aconteceu, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Geográfico de Pernambuco: a Fazenda Megaó.

Diário de Pernambuco, 17 de abril de 2005 – Caderno Vida Urbana p.3.




Armando Farias

እሑድ 5 ማርች 2023

A REVOLUÇAO PERNAMBUCANA – ALGUNS DETALHES

 

Hoje, 6 de Março, comemora-se a Revolução Pernambucana. Tema riquíssimo da nossa História que merece mais estudos e maior divulgação. Para o Historiador e Doutor pela Universidade Federal de Pernambuco Alberon Lemos, a Revolução Pernambucana foi escolhida para representar a Data Magna do Estado porque "é a única que, de fato, mostrou a área do Brasil que teve independência de Portugal".

Pernambuco tinha uma balança comercial bem equilibrada e a exportação superava de longe a importação. Sendo assim, estava em condições de se tornar uma república independente. 

Diante de vasto conteúdo selecionei trecho da reportagem do Jornal do Comércio, Recife 16 de Abril de 1998 do Médico Cardiologista Rostand Paraíso onde repercute análise do Imortal Oliveira Lima sobre o tema.

Havia durado apenas 74 dias o regime republicano nascido em Pernambuco. Quando as armas e munições enviadas por Cruz Cabugá, chegaram a terras brasileiras, a revolução já havia sido desbaratada.

Estava sepultado o sonho de liberdade acalentado pelos pernambucanos. E, pior ainda, Pernambuco teve por castigo, o seu território mutilado: as terras de Alagoas e Rio Grande no Norte foram desligados de sua tutela, tornando-se livres.

Analisando a posteriori, o movimento de 1817, Oliveira Lima diz que havia se baseado “numa explosão frenética de sentimento nacional desdenhado, brotada de cérebros exaltados pelos sucessos da Revolução Francesa, afervoados em seus sonhos por uma misteriosa solidariedade, e ansiosos pela interação da libertação americana”, “que o movimento não tinha condições e delas não se preocuparam os que num momento de ímpeto lançaram a um governador irresoluto e moleirão o desafio de sua impaciência patriótica”, e que o futuro, desde o início, não se mostrava risonho para os republicanos de Pernambuco, “militares cansados das prepotências portugueses, sacerdotes em que seus consistórios foliavam o grande livro das aspirações liberais, brasileiros que nos peitos viris sentiam vibrar o afeto virem da pátria”.

E ele conclui sua análise com palavras que bem demonstram o espírito forte do pernambucano: “Bem, souberam, porém, morrer, os que tal mal souberam conspirar”.

Por Rostand Paraíso


Em 1817 este era o mapa de Pernambuco, com as comarcas de Alagoas e São Francisco, essa ultima desliada em 1824 por decreto de Dom Pedro I após as tropas imperiais sufocarem a Confederação do Equador. 

Armando Farias